A ciência médica tem ensinado que as amígdalas cerebelosas (não são aquelas da garganta!) cumprem importante função no instinto de autopreservação, nas exteriorizações do humor, nos estados de ira, agressividade e medo. Mas também nas ações e reações relacionadas ao amor, amizade e afeição.
Pesquisas procuraram identificar por que razão somos mais racionais quando julgamos uma ação positiva e mais emocionais quando julgamos uma ação negativa. E por que julgamos mais intencionais as ações com consequências negativas do que as com efeitos positivos.
Ou não é verdade que quando vemos alguém fazendo algo positivo em relação a terceiros, logo perguntamos: qual o seu real interesse? O que vai ganhar com isso? Raramente se elogia primeiro.
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Os estudos utilizaram modernos métodos e equipamentos de pesquisa na área de neurociências, principalmente imagens cerebrais por ressonância magnética.
A partir de demonstrações de diferentes situações práticas e típicas do dia a dia, os entrevistados foram submetidos às perguntas (e exame das reações cerebrais) e confirmaram o seguinte: quando uma pessoa ouve um relato e considera que as ações das pessoas envolvidas merecem críticas, sua amígdala cerebelosa – zona do cérebro ligada ao controle das emoções – é ativada.
E quanto mais a pessoa observadora é atingida emocionalmente pela história, mais sua amígdala é solicitada. Ao contrário, quando as ações alheias são consideradas positivas, a atividade da amígdala do observador é muito menor. É o que confirmaram estudos desenvolvidos na Universidade de Duke (Carolina do Norte, EUA).
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Às mesmas conclusões chegou o respectivo grupo de estudos do Hospital Geral de Massachusetts (Boston, EUA), assim resumidas: “Essa ligação entre o tamanho da amígdala e o tamanho da rede social e a complexidade foi observada tanto entre os indivíduos mais velhos e mais jovens quanto entre homens e mulheres”. Disseram mais: “Estamos tentando entender como anormalidades nessas regiões cerebrais podem prejudicar o comportamento social em distúrbios neurológicos e psiquiátricos”.
Voltando ao Brasil. De modo que os principais personagens e responsáveis por nossa crise político-social, acredite, são os impulsos elétricos cerebrais que provocaram este estado de agressividade nacional. Então, a ver a continuada divergência e agressividade que ocorre diariamente nas redes sociais, seja qual for o assunto, fica uma dica. Em caso de bate-boca, mal-estar, provocações e reações desagradáveis, responda, simplesmente:
“– Não sou eu. São as minhas amígdalas!”
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