Um dos mais importantes personagens da cultura e das artes ao longo do século 20 completa 86 anos nesta terça-feira, 9. E é bem provável que, se alguém viesse a parabenizá-lo, ele apenas respondesse com um sonoro e irritado: “Quack”. Que leve a primeira bicada quem nunca riu às gargalhadas, se enterneceu ou se emocionou com o aniversariante Pato Donald. Sim, “nascido” em 9 de junho de 1934, na “ala de maternidade” dos estúdios Disney, na Califórnia, nos Estados Unidos, veio ao mundo para se tornar um dos patos mais consagrados de todos os tempos. E, justamente por isso, em plena terceira idade, merece homenagens e projetos especiais da Disney para celebrar seus 86 aninhos.

Pato Donald, ou Donald Duck, como é conhecido em todos os quadrantes na publicação de seus quadrinhos e gibis em inglês, é um dos mais longevos da história das HQs. É, por exemplo, mais tarimbado do que o Tio Patinhas ou o Pernalonga, que nasceram mais tarde, e bem mais vivido do que alguns heróis na linha de Tex Willer, Homem Aranha ou até mesmo o Super-Homem. O Super-Donald antecedeu a todos, e só foi recebido de fato pelo decano Mickey, que havia despontado para a glória em 1928.

Então surgiu o Donald Duck, que, assim (invocado que é), tem autoridade para dar sermões e puxões de orelha em outros Donalds que não andam se comportando direito por aí. Pato Donald surgiu da pena (com perdão de trocadilho) do mago Walt Disney (1901-1966), esse visionário da cultura pop que ergueu um império de diversão e arte graças à sua criatividade ímpar.

E se Mickey não poderia mesmo ter ficado sozinho, ganhando, no estúdio (e no imaginário e no coração dos fãs), a companhia de sua namorada Minnie Mouse, Donald também não poderia ser deixado a sós. Em 1º de junho de 1937 ele ganhou a companhia da Margarida – que acaba de completar 83 bem-vividos e divertidos anos.

Se a vida na… granja já ia bem agitada, no ano seguinte, em 1938, eles recepcionaram ainda três parentinhos, os sobrinhos de Donald, Huguinho, Zezinho e Luisinho. Para cuidar deles. (Bem, também para Donald em muitos casos ser cuidado por eles). Quase uma década mais tarde, em dezembro de 1947, fazia sua aparição mais um bicudo, o Tio Patinhas, simplesmente o pato mais rico do mundo, mais para agrura do que para o conforto de Donald, que vive às voltas com o turrão, ganancioso e mão-fechada parente.

Ao longo de sua caminhada, o grasnento e bicudo teve 17 diferentes desenhistas, que lapidaram seu visual, mas buscando manter as características do mestre de todos, Carl Barks (1901-2000). Já a voz grasnada do pato no cinema foi criada pelo dublador Clarence Nash (1904-1985).

Deste modo estava conformada a trupe de personagens que, gradativamente, ao lado de várias outras criações de Walt Disney, se fixariam para sempre no imaginário de pessoas de todas as idades. Com a popularização das revistas de quadrinhos, e, mais ainda, com o lançamento dos primeiros filmes de animação, eles seriam referências incondicionais para meninos e meninas no mundo todo.

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Festa para os fãs
No Brasil, por ocasião dos 86 anos de criação de Donald, uma série de produtos explora a data e o personagem. É o caso da editora Culturama, que hoje detém os direitos de exploração sobre essa HQ. Ela vai lançar de uma só vez quatro publicações: a exemplo do livro que comemorou os 80 anos dele, em 2015, a Culturama agora lança o livro Diário de Histórias do Donald, em capa dura, com 64 páginas, trazendo quatro textos ricamente ilustrados; o Donald Jovem, minissérie também em capa dura, com 164 páginas; o livro ilustrado na linha do “procure e encontre”, Onde está o Donald?, em 32 páginas; e, arrematando, a revista mensal especial Pato Donald (no 3) da nova casa editorial dele. Seguindo nas comemorações, a Panini ainda lança um álbum oficial de figurinhas em comemoração aos 85 anos do Pato Donald. E a própria Disney, claro, prepara uma programação especial para seu querido e octogenário astro.