“Nunca passou pela minha cabeça que ele iria fazer isso. Depois desse fato, até quando o meu marido me toca, dá medo, porque fiquei traumatizada, com o meu psicológico abalado.” A afirmação é de Paula Andressa Machado Rodrigues, de 26 anos. Moradora de Pantano Grande, a mulher afirma ter sido abusada sexualmente por um pastor da Igreja Quadrangular, que fica no município.
O caso veio à tona pelo Portal Gaz na tarde dessa quarta-feira, 6, e gerou ampla repercussão. Por volta das 10h30, antes de o pastor chegar à casa da vítima, uma câmera foi instalada no quarto, para filmar os supostos abusos. Isso porque, ao longo das últimas cinco semanas, todas as quartas-feiras, Paula e outras duas mulheres, de 21 e 22 anos, estariam sendo coagidas pelo homem a participar de atos em que, segundo o acusado dizia, estariam “tirando o mal do corpo”.
Conforme o relato de Paula, as mulheres entravam no quarto dela com o pastor, cada uma por vez. Com a desculpa de “ungir com óleo sagrado”, o homem teria passado as mãos nas partes íntimas das vítimas. Na tarde dessa quarta-feira, Paula Andressa entrou em contato com a Gazeta do Sul para relatar os fatos.
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“Ele passava o óleo nas mãos dele e depois acariciava minha barriga, levantava a blusa, passava a mãos nos seios e massageava, baixava a roupa, tocava as partes íntimas dizendo que ia sair o ‘mal’”, contou Paula. Segundo ela, todos os casos teriam acontecido em sua casa no Bairro Valderi, em Pantano Grande, a cerca de um quilômetro da igreja.
“Na última segunda ele veio, pediu para eu baixar as calças e abrir bem as pernas que ele queria olhar. Começou a dizer que eu era linda, que meu marido tinha muita sorte de me ter, porque eu era bonita. Me beijou e chegou a dar um beijo na minha virilha. Depois disso, fiquei em pânico, liguei para a outra moça, que disse que ele fazia a mesma coisa com ela, e a outra confirmou também”, salientou.
Desconfiadas das atitudes do pastor, as três mulheres e o marido de Paula organizaram a gravação para pegá-lo em flagrante. “Queríamos ter uma prova, para depois chamar a polícia. Ele vinha sempre que meu marido estava trabalhando, então contei tudo para ele na noite de terça-feira. Tivemos a ideia de gravar um vídeo na hora do ato, com o pastor tirando a minha roupa, para pegá-lo ele em flagrante até a policia chegar. Aí, quando ele fez, meu marido entrou, deteve ele, e logo liguei para a Brigada.”
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Segundo Paula, o pastor não reagiu e afirmou apenas que aquilo tudo era “obra de Deus, não era ele agindo”. A Brigada Militar chegou e prendeu o suspeito em flagrante. “Diante da situação, ele foi preso e levado ao hospital para exame de lesões. Em seguida, o pastor, vítima, marido e as outras duas mulheres foram conduzidos à Delegacia de Polícia de Rio Pardo”, afirmou o subcomandante do 2º Batalhão de Polícia Militar (2°BPM), capitão Renan Todendi Dutra.
Após prestarem depoimento, todos foram liberados – inclusive o suspeito – e uma ocorrência de importunação sexual foi registrada na DP. O delegado Anderson Faturi confirmou a ocorrência. “O caso merece ser investigado, pois tem muitos detalhes que foram apresentados”, limitou-se a dizer o responsável pelas DPs de Pantano e Rio Pardo. A polícia não revelou o nome do pastor.
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“Tive a atitude de denunciar, porque o que ele fez comigo, com as outras duas, pode ter feito com outras pessoas, e estava usando o nome de Deus para se aproveitar”, salientou a mulher. As imagens gravadas do ato já estão em poder da Polícia Civil.
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Nota da defesa
O advogado do pastor entrou em contato com a redação da Gazeta do Sul na tarde dessa quarta. Em nota, confirmou que o homem esteve na casa da fiel, mas argumentou que foi a pedido dela, para oração e unção com óleo. “Ela simulou uma possessão ou desmaio, e o pastor intercedeu. Neste instante, o marido adentrou o ambiente e começou a agredir o pastor, insinuando importunação sexual. Além do pastor, havia mais duas fiéis no ambiente. Ele não estava só com a suposta vítima”, afirma a defesa no texto.
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O texto também diz que não foi formalizada uma “acusação de estupro” e o pastor não foi preso, e sim conduzido para prestar depoimento, sendo depois liberado. “Ele está em casa com sua família. Confiante na justiça dos homens e na justiça de Deus, o pastor espera a conclusão da apuração dos fatos para que a verdade total impere”, encerra a nota do advogado, que preferiu manter o nome em sigilo.
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