Ao completar mais um ano de vida, como foi o meu caso na semana passada, muitas coisas passam pela cabeça, mas também pelos pés. Não é desconhecido dos que me conhecem, já há um bom tempo adotei a caminhada como algo que faz parte da rotina de vida, incorporada na ida e na volta diária ao trabalho, num trecho de mais ou menos 2,5 quilômetros, de acordo com o roteiro seguido, que pode completar até 10 quilômetros ao dia, onde a todo momento preciso negar as gentis ofertas de carona. E uma coisa é certa: são sensíveis os benefícios à saúde física e mental.
Para corroborar o que falo, li neste mês publicação de estudo científico, pelo European Journal of Preventive Cardiology, em que pesquisadores da Universidade de Medicina de Lotz, na Polônia, avaliaram 17 trabalhos envolvendo 226.889 pessoas, por sete anos, e concluíram que caminhar 3.967 passos por dia (um pouco mais de 3 quilômetros) começa a reduzir o risco de morte por qualquer causa, enquanto 2.337 passos já diminuem o risco por causa cardiovascular. Ainda, segundo professor de cardiologia da universidade, foi confirmado que, quanto mais se anda, melhor é, independentemente da idade e do clima predominante na região em que se vive.
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Assim sendo, alguma avaliação que se costuma fazer ao trocar de idade, e mais ainda quando esta já é avançada, só pode ser positiva no caso particular, concluindo que foi correta a decisão tomada há cerca de 15 anos, e muitas vezes até questionada e estranhada por muitos. Era compreensível que isso ocorresse, pois estava literalmente “caminhando contra a corrente” comum, que busca sempre o mais cômodo, ou o que está na moda. Mas, diante do que se comprova, e sem querer ser dono da verdade, julgo oportuno trazer tal experiência e estudos à reflexão de todos.
Para tanto, é sempre interessante recorrer ao que inteligentes pensadores falam a respeito, tal qual o brasileiro Millôr Fernandes (1923-2012), que completaria neste mês 100 anos de nascimento, ao dizer que “a vida começa quando a gente compreende que ela não dura muito”. Essa consciência foi essencial para repensar atitudes de estilo de vida. E assim mantenho a alegria de viver, que vem da paz, como já enfatizava o escritor Henry Miller, e não temo a velhice, como sugere Hermann Hesse, propondo aproveitar dons que a vida oferece nesta etapa: “maior independência da opinião alheia, maior tranquilidade, insensibilidade às paixões e imortal devoção ao eterno”, sem esquecer o bom humor, a paciência e “a percepção das coisas como a efêmera dança das nuvens ao anoitecer”.
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Vale também o que falam colegas nesta hora (“cumprimentos, estás um ano mais experiente”), e familiares (“parabéns, continuas um pai jovem e sempre batalhador”), que servem de estímulo a quem, de fato, se sente bem ao se manter sempre ativo, acha boa qualquer fase da vida e procura fazer o máximo em preservar a saúde para viver da melhor forma cada novo ano que se oferece à vida. Para tanto, não vejo “tempo ruim”, não tenho tempo para conflitos ou ações que não somam. Como a única coisa certa é a morte e a vida é curta, acho bom completar mais um ano e poder dar mais passos pela vida. E, sabendo que somos imperfeitos, priorizo o lado bom de tudo e todos, tentando ser melhor a cada dia, seguir os melhores exemplos, renovar o vigor espiritual e ter a felicidade de viver e conviver, com gratidão por tudo e todos.
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