Santa Cruz do Sul não tinha outro assunto nessa terça-feira, 14. A Operação Controle, desencadeada pelo Gaeco, do Ministério Público, tomou as ruas da cidade e as conversas desde cedo. Afastando figuras políticas dos cargos no alto escalão da Prefeitura e investigando prejuízos milionários aos cofres públicos, a ação impactou a cidade.
Desde as primeiras movimentações, as equipes da redação integrada da Gazeta Grupo de Comunicações acompanharam a ação, por meio do Portal Gaz e da Rádio Gazeta 107,9 quase instantaneamente conforme a operação se desenrolava e, nesta quarta-feira, na Gazeta do Sul. Foram dezenas de conteúdos publicados no Gaz – com fotos, vídeos e materiais exclusivos – e inúmeros boletins na programação da Rádio Gazeta ao longo do dia, além de transmissões ao vivo nas redes sociais.
Nesta quarta-feira, com as informações consolidadas, reunimos as reportagens em um conteúdo especial, demonstrando o passo a passo do que aconteceu nessa véspera de feriado em Santa Cruz do Sul, além dos impactos futuros e análises sobre o caso. Veja, abaixo, o resumo de cada momento e acesse os links para conferir as matérias completas.
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A primeira informação
A manhã mal havia raiado nessa terça-feira, 14, quando a movimentação de carros e equipes começou a chamar a atenção. Uma única viatura da Brigada Militar em frente à Câmara de Vereadores já mostrava que alguma ação teria início. Aos poucos, viaturas e carros do adesivados anunciavam o começo da operação em Santa Cruz do Sul. Às 7 horas, chegou a confirmação de que o Ministério Público desencadeava a Operação Controle, contra fraudes em licitações e contratos na cidade. Os alvos: integrantes do alto escalão da Prefeitura, servidores públicos e empresários do município, investigados por formarem uma organização criminosa.
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Vice-prefeito é afastado do cargo
Logo em seguida, a reportagem teve acesso ao primeiro nome entre os investigados. Tratava-se do então vice-prefeito de Santa Cruz e secretáro de Saúde, Elstor Desbessell, afastado do cargo na ação. As equipes na rua também registraram a movimentação em fotos e o Ministério Público divulgou imagens do cumprimento de mandados de busca e apreensão realizados em diversos pontos da cidade. No currículo do político, mais de 30 anos como servidor público.
O que está sendo investigado?
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Junto com as primeiras informações sobrea operação em si e a divulgação do nome de Desbessell, detalhou-se o motivo da investigação. Os crimes de fraudes em licitações, peculatos – desvios de valores públicos realizados por funcionários públicos – e lavagem de dinheiro eram atribuídos aos investigados, especialmente nos casos de reforma do Autódromo Internacional e duplicação da BR-471. A estimativa era de R$ 47 milhões teriam sido desviados dos cofres públicos. Além dessas obras, aluguéis também são alvo do Ministério Público.
Expectativa pela fala da prefeita
Neste ponto da manhã, por volta das 9 horas, já havia expectativa pela manifestação da prefeita Helena Hermany. Ainda que só tivesse sido divulgado o nome do vice-prefeito, já era de conhecimento – desde a primeira reportagem – que havia pelo menos quatro secretários municipais também afastados. A Prefeitura emitiu nota sucinta à imprensa e a partir de então era esperado o pronunciamento da chefe do Executivo.
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Movimentação na Câmara
Na Câmara de Vereadores, os servidores aguardavam do lado de fora do prédio, enquanto os agentes do Gaeco cumpriam os mandados. Em entrevista ao jornalista Guilherme Bica, a presidente da Casa, vereadora Bruna Molz, afirmou ainda não ter conhecimento da extensão da ação do MP. “A única informação que eu tenho é que o promotor Érico Barin me ligou às 6 horas da manhã, pedindo que a gente fornecesse a entrada no prédio”, disse. Horas mais tarde, por volta das 11 horas, a Câmara emitiu nota para afirmar que a operação era direcionada ao Poder Executivo e não ao Legislativo.
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Nomes dos secretários são divulgados
Simultaneamente à presença da equipe integrada em pontos onde a operação era deflagrada, a reportagem da Rádio Gazeta apurou os nomes dos cinco secretários afastados pela operação em Santa Cruz do Sul – incluindo o vice-prefeito, que também respondia pela pasta de Saúde. Além dele, foram afastados o secretário de Administração, Edemilson Cunha Severo; o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Marcio Farias Martins; o Secretário de Planejamento e Governança, Everton Oltramari; e o secretário de Segurança e Mobilidade Urbana, Valmir José dos Reis. Todos são investigados pelos mesmos crimes.
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Promotor confirma afastamento de Henrique Hermany
Pouco depois das 10h30, o jornalista Ronaldo Falkenback realizou uma entrevista ao vivo, pelo telefone, com o coordenador do 8° Núcleo do Gaeco Central, promotor João Beltrame. A entrevista foi ao ar durante o programa Sala do Cafezinho, da 107,9. Na conversa, Beltrame detalhou as ações realizadas e confirmou o nome de Henrique Hermany como o vereador afastado no âmbito das investigações. O político e advogado, que é filho da atual prefeita Helena Hermany e do ex-prefeito Edmar Hermany, ocupava cadeira na Câmara desde 2021, onde era líder do Governo. Na mesma entrevista, o promotor afirmou que a investigação não apontou envolvimento de Helena Hermany nos crimes.
Manifestação da prefeita Helena Hermany
A entrevista do promotor à Rádio Gazeta foi repercutida durante a fala da prefeita de Santa Cruz, Helena Hermany, que começou pouco depois das 11h30 e foi transmitida ao vivo no Gaz. Além de declarar a confiança na equipe de licitações e reforçar que “a verdade vai prevalecer”, ela falou sobre o afastamento do filho, Henrique Hermany. “Me orgulho da ter uma família política; me orgulho do meu filho”, disse. Na coletiva de imprensa, ela ainda lamentou as acusações e respondeu sobre a possível paralisação de obras investigadas.
Elstor Desbessell quebra o silêncio
Já no começo da tarde, o vice-prefeito afastado, Elstor Desbessell, concedeu entrevista coletiva à imprensa, transmitida ao vivo no Gaz. Apesar de chateado, o político demostrou tranquilidade em relação à acusação de envolvimento em uma organização criminosa. “Estou muito tranquilo e já tomando as devidas providências, buscando a minha defesa para mais uma vez provar que não tenho nada a temer”, declarou. Na conversa, ele ainda lamentou o constrangimento pela forma com que a operação foi conduzida. “Por que fazer todo um circo?”
Henrique Hermany concede entrevista em casa
Pouco depois das 16 horas, o vereador afastado Henrique Hermany recebeu a imprensa em casa, para o pronunciamento oficial sobre a operação. Ele se mostrou surpreso com os mandados de busca e apreensão na residência e no gabinete dele. Henrique foi apontado, na investigação, como líder de uma parte da organização criminosa, atuando como advogado para empresas também envolvidas nas supostas fraudes – o que ele negou. “Nunca houve nenhuma interferência minha como líder de governo, enquanto vereador, ou como advogado em qualquer processo licitatório no município de Santa Cruz do Sul”, declarou.
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Quem vai ocupar as cadeiras?
Os impactos do afastamento dos alvos da operação começaram a ser sentidos ainda nessa terça-feira. No fim da tarde, houve a confirmação de que Edson Azeredo (Progressistas) assumirá a cadeira de Henrique Hermany (Progressistas) na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul nos próximos dias. Também durante a tarde, a prefeita Helena Hermany se reuniu com o novo secretariado, remontado às presas. As cinco secretarias afetadas tiveram secretários interinos divulgados. Três deles já integravam a gestão e irão acumular funções; e dois são novos nomes.
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Partidos e políticos se manifestam
A movimentação política em torno da operação também foi repercutida no Portal Gaz. Em vídeo no Instagram, a vereadora Nicole Weber afirmou ter levado denúncias ao Ministério Público. “No dia de hoje, com essa Operação Controle, eu enfim confio na justiça”, disse, em um trecho. Ainda durante a tarde, os líderes dos partidos com representação na Câmara de Vereadores também foram contatados pelo Gaz, para que pudessem se manifestar sobre a ação.
Secretários negam envolvimento
Os quatro secretários afastados dos cargos – Edemilson Cunha Severo, Marcio Farias Martins, Everton Oltramari e Valmir José dos Reis – não fizeram manifestações públicas. Foram contatados pela equipe da Gazeta do Sul, que também preparou um perfil de cada um deles, publicados na edição desta quarta-feira. Enquanto dois negaram as acusações, outros dois preferiram não se manifestar.
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Ao longo do dia, outros conteúdos foram preparados pelas equipes da Gazeta Grupo de Comunicações, especialmente para tirar dúvidas da população santa-cruzense e avaliar o cenário a partir da operação. Além disso, foi explicada a origem das investigações – reclamações de pilotos sobre as condições do asfalto do autódromo – e como a ação pode impactar, inclusive, na realização de eventos em Santa Cruz.
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