O Prefeito de Santa Cruz do Sul, Telmo Kirst, revelou que Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados (Agerst) abriu a possibilidade de encaminhar uma nova tarifa de transporte público no valor de R$ 6,20. Atualmente, o custo do bilhete é de R$ 4,45. Em nota de esclarecimento publicada na edição deste fim de semana da Gazeta do Sul, a Prefeitura de Santa Cruz alega que não caberia um “mero reequilíbrio” já que os efeitos da pandemia do coronavírus atingiram todos setores da sociedade.
A manifestação encaminhada pela Agerst à Administração Municipal alerta para a necessidade de ajustes no sistema de transporte urbano ou de um reequilíbrio econômico-financeiro. O motivo são os impactos causados pela queda de mais de 70% no volume de passageiros desde que entraram em vigor as orientações de distanciamento social.
“Em um contexto de gravíssima crise mundial as concessionárias de serviços públicos estariam em um oásis, imunes aos efeitos globais da pandemia”, diz o texto da prefeitura. O documento afirma ainda que os dados apresentados pela Agerst são “incompletos e insuficientes”, mas reconhece a necessidade de medidas para aliviar a situação.
À Gazeta, o prefeito Telmo Kirst (PSD) criticou o presidente da Agerst, Auro Schilling. “Ao ameaçar a Prefeitura de encaminhar uma nova tarifa de R$ 6,20 para a prefeito homologar, o presidente da agência reguladora demonstra estar mais preocupado com o consórcio do que com o povo de Santa Cruz.”
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Nesta semana, em entrevista à Rádio Gazeta, Schilling falou que de uma média mensal de 330 mil passageiros nos ônibus, o Consórcio TCS viu o número cair para cerca de 95 mil após o dia 23 de março, quando tiveram início as restrições. O percentual é de cerca de 71% de redução. A diferença é ainda maior nas passagens estudantis: 85% menos estudantes utilizaram os coletivos após o início da pandemia – de 21 mil passagens, foi para 3 mil.
Diante da situação, estabeleceram-se duas opções: acordo ou pedido de reequilíbrio financeiro. “O Consórcio TCS nos encaminhou uma solicitação informal de um pedido de ajuda. Por isso, estamos fazendo uma terapia de casal, para juntar Prefeitura e Consórcio para que sentem e se entendam sobre algumas alternativas, como diminuir linhas, tirar cobradores… Uma série de ações para que a passagem fique no mesmo valor, a concessionária não tenha tanto prejuízo e fique bom para todo mundo”, explicou Schilling.
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“Se a Prefeitura não se manifestar, seremos obrigados a fazer o cálculo do reequilíbrio financeiro e depois entregar ao prefeito para homologar. Se pedirem formalmente [o reequilíbrio], a passagem sobe e não fica bom para ninguém”, disse o presidente da Agerst.
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