Entre as personalidades importantes da história de Santa Cruz do Sul estão as parteiras. A maioria não tinha formação científica; mas, mesmo assim, ajudaram milhares de mulheres a trazerem os filhos ao mundo. No passado, quando os médicos e os hospitais eram raros ou inexistentes, elas iam a cavalo ou de carroça aos cafundós das colônias para dar assistência às parturientes. Portando uma bolsa com toalhas limpas e a tesoura para cortar o cordão umbilical, as parteiras não tinham hora e nem dia para trabalhar.
O grande problema era quando o parto complicava. Aí a mulher precisava ser colocada em uma carroça e levada por quilômetros pelas picadas, até chegar a um médico. Muitas morriam ou perdiam o bebê nesta jornada.
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O médico alemão Heinz von Ortenberg, quando chegou à cidade, em 1907, para assumir a parte clínica do Hospital Santa Cruz, logo constatou as dificuldades que as gestantes enfrentavam e criou um curso para qualificar as parteiras. Nas antigas edições da Gazeta, é comum encontrar-se anúncios destas mulheres divulgando os serviços. Elas eram chamadas à noite, com frio ou com chuva, mas não deixavam de atender. Casais que moravam longe faziam questão de buscá-las com antecêndia e as hospedavam até a hora do parto.
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Em Santa Cruz, havia muitas parteiras. No livro Uma janela para o passado, a escritora Moina Fairon Rech lembra que, na cidade, uma das mais famosas era frau (dona) Schmitt. Quando ela passava rápido com sua charrete, a comunidade já sabia que a população iria aumentar. Frau Lau também foi muito conhecida. Na época, era costume denominar as mulheres apenas pelo sobrenome.
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Os próprios hospitais contavam com o trabalho das parteiras, pois nem sempre o médico conseguia realizar todos os partos. O Posto de Saúde Central de Santa Cruz (Travessa Walter Kern) leva o nome de Clementina Martini. Por muitos anos, ela atendeu no antigo Hospital Arroio Grande e, depois, no Ana Nery.
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