A pandemia do novo coronavírus provocou mudanças significativas no planejamento dos clubes para o restante do ano. Porém, mesmo sem a bola rolar pelos gramados, a parte física exige cuidados. Assim, os jogadores da dupla Ave-Cruz tiveram de se adaptar aos exercícios físicos durante o período de isolamento domiciliar. Mesmo quando as atividades forem retomadas normalmente, será preciso uma espécie de intertemporada pelo longo tempo em casa.
Responsável pelos trabalhos no Avenida, Marco Aurélio Oliveira da Silva lembra que a suspensão da Divisão de Acesso, ocorrida há mais de um mês, já causou decréscimo na parte física e técnica. “É inevitável. Praticamente voltaremos ao período inicial”, admitiu. Antes da liberação dos atletas, ele elaborou uma cartilha com orientações para manter a forma. “Tivemos uma longa reunião com a explanação das atividades a serem realizadas nesse período. Criamos um grupo (no WhatsApp) em que repassamos as instruções, além de consultas conforme a necessidade de cada atleta”, explicou.
A competição estadual deve voltar em agosto. Segundo Silva, uma reavaliação física será necessária no retorno aos treinamentos. “Cada atleta responde de uma maneira diferente, existem fatores que influenciam diretamente no desempenho, como idade e princípio da individualidade biológica, que são determinantes. Com a periodicidade dos treinamentos, a tendência é melhorar em todos os sentidos; com o decréscimo ou a falta, os índices podem voltar à estaca zero”, observou o preparador.
Embora o distanciamento social seja importante, ele lembrou que o grupo avenidense se encontrava em boas condições físicas antes da suspensão do certame, no dia 16 de março. “Estávamos dentro do que havia sido planejado desde o começo da pré-temporada”, ponderou Silva. Ele repassou aos jogadores exercícios funcionais realizados diariamente nos Eucaliptos, como corridas contínuas com variação de ritmo (fartlek) por 40 minutos e intercaladas (campo) além de musculação.
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Plano de trabalhos também é realizado no Santa Cruz
Por causa da pandemia da Covid-19, o Santa Cruz ainda não estreou na Série B do Campeonato Gaúcho, a antiga Terceirona. Prevista para começar no último dia 5, a competição está suspensa e sem data definida por enquanto. De acordo com o preparador físico do Galo, Antônio Neto, existe um prejuízo significativo das atividades a partir da incerteza sobre a abertura do torneio.
“Mesmo seguindo o plano de treino enviado (aos jogadores), existe a perda do que chamamos de resistência especial e força especial, desenvolvidas quando o atleta realiza os trabalhos técnicos e táticos. No plano de treino, também não conseguimos trabalhar a capacidade motora de força em níveis que elevem a forma desportiva”, explicou Neto.
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A realização de uma minitemporada será obrigatória na retomada dos trabalhos. “Como são adaptados para o momento, não temos a mesma estrutura material existente no clube, que permite estímulos para melhora da performance, que é o que caracteriza o treinamento desportivo de alto rendimento”, salientou. Segundo ele, o grupo no WhatsApp é utilizado para manter contato com os jogadores do elenco carijó e tirar qualquer dúvida sobre as instruções repassadas.
Conforme Neto, a queda de desempenho ocorre com mais força após 20 dias de inatividade, o que torna necessário um período de recuperação. “Evitando a inatividade e obedecendo ao plano de treino, as perdas são menores. Consegue-se realizar a manutenção dos níveis de condicionamento das capacidades fisiológicas e de algumas capacidades motoras, por isso a importância do comprometimento dos atletas em seguir a programação.”
A suspensão dos trabalhos aconteceu na quarta semana da pré-temporada. “Havíamos realizado um jogo-treino (contra o sub-20 do Soledade) e um amistoso (diante do Marau), vínhamos evoluindo nos aspectos técnicos e táticos. Tivemos dois atletas lesionados nesse período de trabalho, mas agora, com a parada, teremos tempo hábil para a recuperação.”
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