O mercado tem trabalhado e possibilitado a abertura de espaços para ideias diferenciadas, que permitam dinamismo no processo, na etapa de comercialização e representem soluções para as novas demandas da sociedade. O funcionamento do modelo de inovação depende da ação das chamadas quatro hélices, que são compostas pelo poder público, empresariado, sociedade organizada e academia (no caso, as universidades). A união de dois ou mais desses atores sociais tem representado resultados positivos.

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Um exemplo atual é o lançamento da linha Cozinha Verde da Excelsior Alimentos, que existe desde 1893. A empresa apresentou, nessa sexta-feira, o resultado de uma parceria entre a equipe de pesquisadores do Food Lab Excelsior e da área de tecnologia e inovação da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), onde foi realizado evento para a imprensa. Após cerca de dois anos e meio de pesquisas e testes, o grupo chegou ao Burger 100%Vegetal.

“Acompanhamos o mercado. Esse tipo de produto é uma tendência que virou negócio e vai se perpetuar”, afirma o presidente da Excelsior, Luiz Carlos Motta Nunes. Ele reforça que seria possível adquirir o produto de outra empresa e apenas comercializar, mas o desejo da equipe foi ter algo autoral. “O problema é que somos uma empresa de proteína animal. Não tínhamos todo o conhecimento técnico, nem a estrutura necessária para levar adiante o projeto. Então, contatamos a Unisc”, explica.

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Com o desafio de atender, especialmente, o público flexitariano (pessoas que procuram reduzir o consumo de proteínas animais dando preferência para alimentos à base de plantas), a pesquisadora da Excelsior Paula Fengler chegou à universidade. “Fizemos testes às cegas até entendermos que a maior parte das pessoas tinha a percepção de que era carne”, conta.

Antes disso, houve o período de aplicação do conhecimento conjunto da empresa com a universidade e a utilização da planta para produtos cárneos da Unisc, além dos laboratórios da academia e da indústria alimentícia.

Assim que se conseguiu o resultado proposto, a Excelsior providenciou unidade para fazer a produção em escala. Nessa mesma área, outros produtos da linha Cozinha Verde devem ser logo implantados. “Tendo o nosso projeto, conseguimos usar fornecedores da região e fazer algo que tenha o nosso jeito, que seja nosso”, reforça Nunes. O público poderá conferir essa novidade a partir de fevereiro, quando o hambúrguer estará disponível nos supermercados.

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Ao consumidor

O hambúrguer vegetal será comercializado em embalagens com duas unidades de 110 gramas cada. A pesquisadora da Excelsior Paula Fengler conta que o produto é rico em proteínas, como a carne, mas tem mais benefícios, como o fato de ser fonte de fibras e não ter colesterol. Como característica, também não contém glúten, conservantes, nem derivados de ovo ou leite. Isso faz com que seja aceito, além dos flexitarianos, pelos vegetarianos e veganos. Na composição, os principais ingredientes são proteína de soja, cebola, alho, beterraba, pimenta e alecrim.

Parceria com a Universidade

O Food Lab da Excelsior foi criado e articulado ao Parque Científico e Tecnológico Regional da Unisc (TecnoUnisc). O desenvolvimento contou com a participação de profissionais e estudantes de diferentes áreas, como Nutrição, Química, Engenharia de Alimentos, Engenharia Química, Gastronomia, Administração e Marketing.

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