Garantir água potável para um número maior de pessoas. Esse é o objetivo do termo de cooperação que será assinado na próxima sexta-feira, 1º, entre o Estado, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). Será possível ampliar projeto desenvolvido pela instituição universitária para reduzir o nível de flúor na água de poços artesianos, que abastecem localidades da região.
O secretário-adjunto de Obras e Habitação do Estado, Giovane Wickert, destaca que essa é uma oportunidade para o desenvolvimento de tecnologia em benefício da sociedade. “Estamos caminhando para uma solução prática, sustentável e viável”, adianta. Ele refere-se ao resultado do trabalho desenvolvido pela Unisc desde o início dos anos 2000.
“A região tem problemas com excesso de flúor. Prefeituras e cidadãos trazem amostras para avaliação e percebemos número excessivo”, afirma o diretor de Pesquisa e Pós-graduação da Unisc, Adilson Ben da Costa. Reforça a dificuldade de remoção, sobretudo pelo alto custo de métodos que já haviam sido propostos. “Nos últimos anos, chegamos a uma solução economicamente viável”, conta.
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Os primeiros protótipos foram colocados em residências de Restinga Seca. Outros kits foram encaminhados para Novo Xingu. Esses modelos, que apresentaram bons resultados, são no entanto destinados para consumo direto, que é água para beber e preparar alimentos. “Agora, vamos ao sistema de distribuição, em que a água sai do poço, vai para o reservatório e, entre o reservatório e a residência, é tratada”, explica. Esse modelo exige mais tecnologia porque é automatizado, em função da grande demanda, pois servirá para abastecer comunidades.
A expectativa do superintendente regional da Corsan, José Roberto Epstein, é de que seja feito investimento em torno de R$ 500 mil. “É muito importante, pois o custo de um poço pode chegar a R$ 100 mil e, quando formos captar a água, podemos perceber que ela não é potável”, aponta. Ele reforça que um projeto-piloto ampliado será feito na comunidade de Piquiri, em Cachoeira do Sul. “A portaria de potabilidade aponta que o nível de flúor pode chegar a 0,9 PPM/miligrama/litro. Em Piquiri encontramos 1,4”, justifica.
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Os números são variáveis, conforme o local de captação, mas de acordo com Costa há áreas que chegam a apontar até 4 PPM/miligrama/litro. “Toda a faixa central do Estado, seguindo a RSC-287, tem esse problema. As imagens desse trecho, que é espaço de recarga do aquífero Guarani, tem um sistema hidrogeológico muito rico em flúor, naturalmente”, reforça. Na região, cidades como Santa Cruz do Sul, Vera Cruz, Venâncio Aires, Rio Pardo e Cachoeira do Sul têm esses registros.
José Roberto Epstein ressalta que há casos em Venâncio Aires em que um poço com menos de 500 metros de distância do outro registrou diferença significativa no nível. O excesso de flúor pode ser causador da fluorose dentária, que é uma doença que afeta os dentes e que se desenvolve durante a sua formação, em especial, nas crianças. Aparece como manchas no esmalte dentário e pode formar defeitos anatômicos.
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