O Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), em parceria com médicos psiquiatras de Santa Cruz do Sul, está oferecendo à rede de atenção básica de saúde dos municípios atingidos pelas enchentes, um suporte psiquiátrico. A estratégia contará com atendimento virtual para discussão de casos, emissão de receituário especial e, em alguns casos, quando necessário, teleatendimento a pacientes. O serviço já está disponível e ocorre por meio da equipe de atenção básica no próprio município atingido.
Para a presidente do Cisvale, Sandra Backes, a iniciativa de cuidar da saúde mental eleva o tom dos serviços que o consórcio, por meio de diversas parcerias, está colocando à disposição da comunidade. “É uma área na qual precisaremos cuidar muito da saúde e do bem-estar das pessoas. Muita gente perdeu tudo, perdeu entes queridos. Isso pode gerar um quadro muito grave de depressão ali na frente”, justifica.
LEIA TAMBÉM: Defesa Civil alerta sobre chuvas intensas no Rio Grande do Sul; veja a previsão do tempo
Publicidade
Conforme a diretora executiva do Cisvale, Léa Vargas, a iniciativa de oferecer o atendimento surgiu dos médicos psiquiatras de Santa Cruz do Sul, que, ao perceberem a necessidade, colocaram-se à disposição do consórcio. “Em meio a toda esta tragédia estamos recebendo diversas propostas de ajuda à região e isso será fundamental, tanto para a reconstrução dos municípios, quanto para manter a saúde da população. Neste caso, falamos da saúde mental que é tão ou até mais necessária em um momento de crise humanitária que estamos vivenciando”, avalia.
O atendimento ocorrerá por meio dos profissionais da saúde dos municípios que solicitarem ao Cisvale o serviço. Por meio de teleconferência, os médicos psiquiatras darão suporte ao médico, psicólogo e serviço de enfermagem dos municípios. A ideia é compartilhar práticas de atendimento, discutir casos e indicar tratamentos. Havendo necessidade, e disponibilidade profissional, pacientes poderão ser atendidos de forma online, por meio da telemedicina, que se tornou comum durante a pandemia da Covid-19. Inicialmente, o serviço estará disponível por 30 dias. Havendo necessidade, esta ação poderá ser continuada.
LEIA TAMBÉM: Casal que morava em Candelária decide mudar de cidade após perder tudo em enchente
Publicidade
O psiquiatra Vinícius Alves de Moraes explica que um fator muito importante na composição da saúde mental é o cuidado com o estresse pós-traumático, causado depois de catástrofes naturais como a que o Rio Grande do Sul vem vivenciando. “Uma calamidade como esta que estamos vivendo afeta a todos de forma e em momentos diferentes. O que preocupa nós, os psiquiatras aqui de Santa Cruz do Sul, é a saúde mental da população, especialmente em uma região que é endêmica em quadros de depressão e suicídio. Agora precisamos nos preocupar com o estresse pós-traumático”, avalia.
Moraes explica que o atendimento online, como propõe a iniciativa, viabiliza que municípios com menor estrutura possam ter o atendimento especializado, que na avaliação dele, poderá ser até mesmo mantido no futuro.
LEIA TAMBÉM: SOS Calamidade: Rotary e Lions se engajam na entrega de móveis aos afetados pela enchente
Publicidade
O psiquiatra diz ainda que questões ligadas ao alcoolismo e uso de drogas ilícitas podem elevar os problemas de saúde mental na região. “Por isso é importante mapear todos os efeitos desta catástrofe para estarmos atentos ao impacto deles na saúde mental da população. O alcoolismo e uso de drogas estão relacionados aos quadros depressivos e causam problemas graves na saúde do paciente e da própria família”, revela.
Chegou a newsletter do Gaz! 🤩 Tudo que você precisa saber direto no seu e-mail. Conteúdo exclusivo e confiável sobre Santa Cruz e região. É gratuito. Inscreva-se agora no link » cutt.ly/newsletter-do-Gaz 💙
Publicidade
This website uses cookies.