Santa Cruz do Sul

“Parar? Só quando Deus quiser”, diz santa-cruzense que comemora 50 anos de táxi

Agosto de 2022 é importante para o santa-cruzense João Carlos Spengler, de 71 anos, conhecido como “Carlinhos”. Afinal, é neste mês que ele completa 50 anos como taxista em Santa Cruz do Sul. Durante meio século, escutou muitas histórias e se orgulha de ter presenciado e contribuído para a expansão e o desenvolvimento do município.

Spengler conta que, entre 1968 e 1972, trabalhou em um escritório e depois começou a atuar como motorista freelancer. “Eu estava no escritório, mas já trabalhava. Depois do meu expediente, eu pegava o táxi e ficava até meia-noite e durante o final de semana inteiro. Fui pegando gosto”, recorda.

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Em 1981, Spengler foi reconhecido como motorista padrão na Semana do Trânsito | Foto: Alencar da Rosa

Morador do Bairro Independência, ele relembra que, à época, o local ainda era chamado de Entrada Rio Pardinho. Além do lugar onde mora, as andanças fizeram com que presenciasse o crescimento de Santa Cruz. “Eu trabalhava na Senador Pinheiro Machado, as firmas de fumo eram por ali. Muitas mudanças aconteceram e eu acompanhei tudo. Isso que me encantou.”

Muitas histórias foram contadas dentro do carro conduzido por Carlinhos, que conheceu um grande número de pessoas. Para o taxista, o que mais causa comoção são as pessoas que ele viu crescer. “Os pais me confiavam para levar e buscar os filhos do colégio. Depois, eles foram complementar os estudos em Porto Alegre e os pais diziam que o jovem ia se formar em Medicina, por exemplo, e vinham me pedir para levar parte da família para a colação de grau”, relata.

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Apesar das tantas histórias contadas no táxi de Carlinhos, ele destaca que atravessar a pandemia da Covid-19 foi o momento mais marcante que viveu na profissão. “A pandemia? Pois é! Como está bonito agora, né? Mas Santa Cruz virou uma cidade fantasma, tudo fechado, comércio paralisado, a cidade perdeu a vida. Eu também tive que parar duas vezes, uma vez por ser do grupo de risco, por orientação médica, e depois quando fiz a segunda dose da vacina, porque tive uma reação forte.”

Foi dos quilômetros rodados que o santa-cruzense garantiu o sustento da família e conseguiu pagar a escola e a faculdade da filha. “Tivemos altos e baixos, mas nunca passamos fome”, menciona.

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Além das transformações na cidade, o taxista viu a chegada da tecnologia para facilitar pagamentos e também a inserção dos transportes alternativos no mercado. Entretanto, para ele, cada um possui o próprio espaço e os próprios clientes. “Eles têm a clientela deles, o motorista de táxi que sabe trabalhar também tem seus clientes, o sol nasceu para todos. E eu tenho uma clientela fiel”, diz, acrescentando que se adaptou às tecnologias e trabalha com pagamentos em cartão e Pix.

Em 2014, já aposentado, Carlinhos vendeu o último táxi que possuía e resolveu parar, mas não aguentou e voltou para a atividade. Agora, não planeja uma nova pausa. “Parar? Só quando Deus quiser! Por que vou cruzar os braços? Enquanto fizer o exame para renovar a carteira e disser que estou apto, eu estou na atividade. Isso me traz alegria”, garante.

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