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Para ser padeiro é preciso ter muita paixão pelo pão

O pão é um dos alimentos mais comuns no mundo. Serve como acompanhamento de quase tudo, pode ser o prato principal para uma refeição rápida e é indispensável no café da manhã. Quem faz o pão é o panificador – o padeiro –, e este domingo é o dia dele. Para contar como é a rotina de quem segue por este caminho, a Gazeta do Sul acordou antes de o dia clarear e acompanhou as primeiras horas da manhã na Panificadora Cristal, no Bairro Santo Inácio.

Douglas Cassabone Silva é padeiro há dois anos. O nascimento da filha primogênita fez com que ele abandonasse a profissão de caminhoneiro para estar sempre perto da família. Trocou a boleia pelo forno e descobriu que poderia utilizar o conhecimento em química, o bom humor e a agilidade do pensamento para transformar ingredientes em pão. Ele conheceu o ofício na prática e se diz feliz com o que faz diariamente.

Por volta das 6h30, Douglas chega à padaria, mistura os ingredientes e põe para girar a máquina com a primeira massa do dia. A tecnologia e a otimização dos processo de produção do pão permitem que durma um pouco mais de manhã. Quem bate à porta da padaria às 7 horas já tem pão quentinho, que ele deixou pronto para assar no fim da tarde do dia anterior. “Durante a madrugada a massa cresce, aí é só colocar para assar. Ver um pão bonito, ou receber um elogio por ele, é muito bom”, diz.

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Foto: Bruno Pedry

 

Da mistura dos ingredientes até o crescimento da massa o pão sofre uma sequência de reações químicas. Douglas pesa, calcula e testa a temperatura, como se cada receita fosse uma fórmula, e ele, um cientista. Precisa agir e pensar rápido, pois é fácil perder o ponto do pão. “É difícil errar toda uma fornada, mas acontece. É preciso estar de bem também, assim tudo fica mais fácil. Nem sempre a gente está com vontade de sorrir o tempo todo, mas precisa gostar do que faz”, ensina.

O padeiro trabalha de segunda a sexta-feira. Às vezes, precisa ir aos sábados, dependendo da época e do clima.

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Cacetinho, o mais difícil

O pão francês, o nosso “cacetinho”, é uma das massas mais difíceis de ser preparada. Com poucos ingredientes – sal, farinha, fermento e gelo –, precisa ser batido durante mais de uma hora. “A gente usa gelo porque a massa tem que ficar fria enquanto mistura. A máquina bate durante muito tempo, e pode aquecer. Se a massa esquenta, o fermento cresce antes e pode não dar certo.”

A massa do cacetinho tem que chegar no ponto de “véu”, que é quando é espichada, bem fininha, e não rasga. Massa batida, o pão vai para uma forma que corta em frações iguais, passa por um rolo para ser amassado e vai para a forma descansar, antes do forno. “É um dos pães mais demorados, precisa de muita atenção. A gente fica o tempo todo cuidando, pois nada pode sair errado.”

Se o cacetinho é o mais difícil, o preparo mais fácil é o de pão tipo sanduíche, aquele que é vendido fatiado. A receita é simples: bater a massa por pouco tempo, cortar, pesar e assar. “Para cada tipo de pão existe uma técnica; a prática garante o aprendizado de todas”, diz o padeiro Douglas.

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Foto: Bruno Pedry

 

Faltam padeiros

Conforme o encarregado pela produção na Panificadora Cristal, Régis Schmidt, é difícil encontrar um padeiro qualificado e disponível no mercado. “Existe pouco interesse por esta profissão. Muitos jovens querem estudar, ir para outras atividades. Nada impede que alguém com curso superior seja padeiro, tem a ver com o amor, com a vontade de fazer”, define. A própria contratação de Douglas foi possível a partir do aprendizado na própria padaria. Quem o ensinou foi o antigo padeiro da empresa, que atuou por 25 anos no ofício.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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