Somos insaciáveis por natureza. Parece que vivemos sempre ávidos por aquilo que não temos, apesar de sermos abençoados com saúde, família, emprego, casa. Quando somos crianças queremos crescer com rapidez para “fazer as coisas que só os adultos podem fazer”, sem dar satisfações ou perguntar para ninguém. É uma quimera que o tempo faz desvanecer tão logo a idade avança.
Já no período da adolescência temos absoluta certeza de sermos dotados de um poder absoluto, único. Temos solução para todos os problemas do mundo, de maneira inquestionável. Nessa fase, pensamos que a gurizada não sabe de nada, são pirralhos “sem noção”, muito infantis e imaturos. Já os mais velhos são considerados seres superados que devem ser arquivados. Afinal, eles não acompanharam a evolução tecnológica, os novos estilos de vida conectados com a natureza, além do culto ao corpo e vida saudável.
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Na maturidade parece faltar tempo para colocar em prática os inúmeros planos acalentados ao longo de uma vida inteira. Apesar do otimismo para realizar tantas coisas, infelizmente é nesta época que deparamos com percalços que não estavam no script previamente elaborado. São agruras do tipo problemas com o desemprego ou imprevistos enfrentados por familiares, sem falar das armadilhas que a saúde nos prega, exigindo vigilância constante.
Chegar à última semana do ano é prova de vitória diante dos desafios superados. Tivemos um ano especialmente pesado em que o fator humano comprovou, mais uma vez, ser o diferencial de forma negativa. Guerras e enchentes, para ficar em apenas dois episódios marcantes, são consequências diretas da incapacidade de o homem aprender que é preciso respeitar certas premissas para evitar as tragédias. Os fatos se repetem, mas a falta de racionalidade persiste, produzindo milhares de vítimas, bilhões de prejuízos, sem falar do mar de tristezas, desânimo e depressão.
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Sobre a nossa eterna insatisfação, também é preciso lembrar a grande dificuldade para “olhar para baixo”. Isso significa observar milhões de pessoas que têm muito pouco, quase nada, e sobrevivem somente graças à caridade alheia ou de benefícios estendidos pelo poder público. Turbinados pelos incessantes apelos para comprar, consumir e ostentar, por vezes esquecemos de valorizar as nossas conquistas, o que temos.
Anestesiados pelas agruras do cotidiano, agimos de maneira automática, ignorando que o esforço de cada dia rende pequenas vitórias. É delas que devemos tirar energia para seguir adiante. Olhar para trás, para os 12 meses que chegam ao final em poucos dias, deve servir de inspiração. Sim, houve batalhas perdidas, perdas pelo caminho. Desligar o piloto automático e comemorar as vitórias é vital!
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