Estou aqui pela segunda-feira. Melhor dizendo: estou aqui pelo próximo domingo, mais ou menos 22 horas, quando tudo, se dermos sorte, terá terminado. Sem segundo turno, sem segunda chance e enfim livres da avalanche de verdades mentirosas que tem nos atordoado dias e noites neste país enlouquecido.
Estou cansada. Acho que até os candidatos, ou principalmente eles, estão cansados. Devem deitar no final de cada jornada e rezar em silêncio: “Senhor, fazei com que tudo acabe logo. E que eu ganhe”.
Não tenho absolutas convicções políticas. Não mais. Como regra, fujo dos sabe-tudo de qualquer bandeira. É possível, e muito provável, que minha disposição nem sempre funcione. Mas eu tento. Juro.
Enquanto isso, me esforço para não ser engolida pela fábrica de denúncias e acusações que metralha o Brasil. Há algum tempo tenho meu candidato. Mas votaria de bom grado em outro se houvesse essa opção. E para mim ela não existe. Vou no que me parece, do ponto de vista humanista, o mais adequado.
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Posto isso, admito: se pudesse eu iria flanar longe desse tema e falar aqui do príncipe Charles e seu reinado tardio. Ou qualquer coisa do gênero. Mas não posso. Não posso jogar o privilegiado espaço desta coluna no rol das coisas sem importância. E Charles, me desculpe, mas a coisa mais importante para nós, neste momento, é o voto de domingo. Por isso, escrevo sobre a eleição. E dedico essas linhas aos indecisos. Espero sinceramente que eles existam.
Então, se você estiver em dúvida, mesmo que apenas uma sombra suave de dúvida, permito-me uma sugestão. Esqueça quase tudo que você leu ou ouviu. Esqueça. Está muito, muito difícil separar mentira e verdade. Aliás, dê um tempo nos candidatos e nas pretensões salvadoras. Você, como a maioria de nós, não está lá muito interessado nas tais propostas, também conhecidas como promessas. Até porque a maioria nem é cumprida. Pense em você. Pense em quem você é e em como vê o mundo. Seu eu despido de civilidade.
Vamos lá: o que você pensa sobre racismo, feminismo, homossexualidade, terras indígenas, ciência, patriotismo, família, amigos, colegas de trabalho, faxineira e sobre aqueles rapazes que ficam nas sinaleiras fazendo malabarismos um tanto atrapalhados?
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Mas vamos combinar. Considerando que voto e pensamento podem ser secretos, seja sincero consigo mesmo. Mergulhe fundo e se “autorrevele”. Vamos lá, sem medo. Ninguém vai ficar sabendo. Se necessário, pode até anotar as verdadeiras posições. Mesmo as inconfessáveis. Até domingo, repasse mais de uma vez as respostas. Foque no aperfeiçoamento. Só lembre de destruir o papelzinho depois. Coisa escrita é um perigo. Feito isso, pode ir para o derradeiro ato cívico. O candidato escolhido certamente terá muito de você.
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