Na presidência da Afubra desde julho deste ano, Marcilio Drescher, 71 anos, tem larga experiência no setor fumageiro. Natural de Cunha Porã, em Santa Catarina, foi pequeno agricultor e plantador de tabaco, tendo atuado na diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da sua cidade por 29 anos.
Por dois mandatos, integrou o conselho-diretor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc) e em 1995 ingressou na Afubra, através do Conselho Fiscal, onde permaneceu por duas gestões.
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Em 2003, foi convidado a ocupar a vice-presidência e de março de 2006 a julho de 2007, em razão do falecimento do então presidente Hainsi Gralow, ocupou o cargo por este deixado. Passados 16 anos, e tendo assumido a presidência da entidade pela segunda vez, ele lança seu olhar para esse dia 28 como mais uma oportunidade para relembrar a importância dos produtores de tabaco.
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Além disso, a convite da Gazeta do Sul, ele adianta as suas expectativas sobre a 10ª Conferência das Partes (COP-10) da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco que acontece em novembro, na Cidade do Panamá.
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Entrevista – Marcílio Drescher, presidente da Afubra
- Gazeta – O Dia do Produtor de Tabaco é celebrado em 28 de outubro. O senhor acredita que os produtores de tabaco têm motivos a comemorar? Quais e por quê? Com certeza. O Dia do Produtor de Tabaco é para nós lembrarmos a importância deste setor, uma cultura lícita, que, para muitas e milhares de famílias dos três estados do Sul do País, é a sobrevivência no meio rural. Portanto, entendemos que essa classe deve valorizar-se mesmo, como também deve merecer o reconhecimento de toda a sociedade, porque, além de produzir rendimento econômico para as famílias, também traz agregação de valores para toda a comunidade onde está inserida.
- Com relação às diversas entidades que atuam em defesa dos produtores de tabaco, como o senhor avalia a organização e a interlocução entre elas? As entidades que representam os produtores dos três estados do Sul legalmente são a Afubra e as Federações da Agricultura dos três estados e também os trabalhadores na agricultura familiar dos três estados. A comissão da defesa dos produtores tem uma grande harmonia nesse intento, nas suas atuações.
- Quais são, hoje, os principais desafios da cadeia produtiva de tabaco, em especial para os produtores? Um dos desafios que a nossa produção de tabaco enfrenta e os seus produtores é que muitas vezes eles não são reconhecidos pela sociedade em geral, que não conhece essa cadeia e por que ela existe. Outra questão é muita luta para que haja reconhecimento também do governo federal no sentido de não restringir mais a questão do tabagismo, com proibições, com restrições, para que não afete a livre produção que está estabelecida na própria Convenção-Quadro.
- Como o senhor tem visto e acompanhado o período de preparação para a 10a Conferência das Partes (COP-10) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, que acontece entre 20 e 25 de novembro no Panamá? Houve uma grande mobilização por parte dos produtores, de representantes políticos, de prefeitos. Toda a sociedade que entende e sabe da importância do tabaco no nosso País tem se mobilizado para que possamos saber com antecedência qual será essa pauta que o Brasil levará para essa preparatória na Convenção e tem se mobilizado também ao lutar para que haja inserção da representação do País nesse sentido.
- O senhor acredita que os produtores de tabaco, tanto em nível de Brasil quanto de ITGA, terão acesso aos debates que ocorrerão durante a COP-10? Torço muito por isso, mas até o presente momento (já estamos na véspera da data da realização da Convenção) o governo brasileiro ainda não atendeu a muitas solicitações, e de insistência, para motivar alguma alternativa com relação à participação. Mesmo que seja como assistente, tenho minhas dúvidas se isso efetivamente acontecerá.
- O senhor vê alguma possibilidade de haver novas restrições com relação ao tabaco em decorrência da COP-10? Não posso acreditar de ver alguma possibilidade de ainda haver mais restrições no nosso País. O nosso País foi o pioneiro de todas as legislações restritivas que já houve, inclusive com tentativas de restrição ao plantio do tabaco, o que contraria, inclusive, o tratado assinado na Convenção no Brasil. Portanto, acredito que estamos no limite e não podemos admitir mais restrições que venham afetar também a produção.
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