A decisão do governo do Estado de desobrigar o uso das máscaras em crianças de 5 a 11 anos continua gerando polêmica entre pais e especialistas. Conforme o doutor em Epidemiologia e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Paulo Petry, a decisão é precipitada em função de essa faixa etária ser a menos protegida pelas vacinas. A mudança, contudo, foi impedida de vigorar por uma decisão liminar da Justiça. O Piratini recorreu, mas o recurso ainda não foi julgado.
“É uma população cuja cobertura vacinal ainda é baixa. Nós demoramos a começar a vacinar crianças”, afirma. Petry salienta que apesar da redução dos números e indicadores da pandemia, ainda existe grande transmissão do vírus, sobretudo com a predominância da variante Ômicron. “Se as crianças estiverem sem máscaras e se aglomerarem nas escolas, e isso sem dúvida vai acontecer, é perigoso. A transmissão vai aumentar”.
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Ainda que não seja comum, a evolução para um quadro mais grave é possível. “Existem relatos de mortes, e a morte de qualquer criança é uma tragédia para a família. Não podemos menosprezar isso, e portanto me parece uma medida precipitada”, ressalta o especialista.
Ao comentar sobre as decisões de alguns municípios de desobrigar totalmente o uso da máscara, como é o caso do Rio de Janeiro, Paulo Petry diz que também é uma imprudência. “Me parece um exagero. Em espaços fechados nós deveríamos manter um pouco mais, talvez já liberando gradativamente para os locais abertos”. O epidemiologista lembra ainda que o Rio Grande do Sul enfrenta o frio durante vários meses do ano, período em que a circulação de ar nos ambientes fica mais restrita e facilita a transmissão do coronavírus.
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