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Para conhecer a história da Catedral São João Batista

A história do maior templo neogótico da América Latina está em evidência na exposição Catedral São João Batista, um marco de fé, história e arquitetura. Aberta desde o último domingo no saguão da catedral, a mostra conta a trajetória do maior símbolo religioso de Santa Cruz do Sul e levanta curiosidades acerca da sua construção, marco no contexto arquitetônico dos anos 1920 no Estado. O envolvimento da comunidade à época – não faltou empenho dos santa-cruzenses para dispor de doações e mão de obra para construir a igreja  – e as polêmicas sobre a escolha do projeto são alguns dos aspectos que os visitantes poderão conhecer. 

A exposição também integrará a programação cultural da 33ª Oktoberfest, que tem o tema Tradição, Cultura e Fé. Trata-se de uma oportunidade que turistas e os próprios moradores do município terão de mergulhar na pesquisa de fôlego desenvolvida há 11 anos pelo arquiteto Ronaldo Wink, por meio do livro Catedral São João Batista. “Junto com o lançamento da obra, em 2006, essa mesma exposição também foi divulgada e, posteriormente, instalada no antigo Memorial das Artes de Santa Cruz (Masc).” 

Feliz em ver o trabalho, engavetado por quase uma década, novamente no centro das atenções, Wink, que também é professor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), explica que a mostra é dividida em quatro partes: a história da primeira igreja católica da povoação de Santa Cruz; painéis que descrevem os preparativos e a escolha de projeto para a nova edificação; a construção do templo; e o processo de restauração iniciado em 1996. 

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A expectativa é de que cerca de 200 mil pessoas visitem a mostra até o dia 31 de dezembro. “A catedral é um dos maiores e mais importantes patrimônios de Santa Cruz, e deve ser preservada. Esse templo ganhará cada vez mais valor com o passar dos anos e seguirá sendo um diferencial para o turismo do município”, conclui Ronaldo Wink. A exposição conta com o patrocínio da Associação das Entidades Empresariais (Assemp), Souza Cruz e Unisc, e a promoção é da Paróquia São João Batista.

UM POUCO DE HISTÓRIA

Resultado de uma pesquisa desenvolvida nos arquivos da Mitra Diocesana de 2001 a 2004, o livro Catedral São João Batista está nas principais bibliotecas do Estado e também na  biblioteca do Vaticano e do Congresso de Washington, capital dos Estados Unidos. Para produzir a obra, Ronaldo Wink teve acesso às cartas (em alemão) trocadas entre o arcebispo de Porto Alegre, dom João Becker, e os arquitetos envolvidos com o concurso proposto para erguer uma nova matriz em 1927. “O mais interessante é que o projeto vencedor, do arquiteto Victorino Zani, não foi o escolhido, pois o estilo era neorrenascentista (italiano), e a comunidade exigiu que o projeto tivesse relação com a arquitetura empregada na Alemanha, a neogótica”, comenta. 

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Apesar de desclassificado no certame por exceder as dimensões exigidas pelo edital do concurso, o ousado projeto de Simon Gramlich, por insistência dos santa-cruzenses, foi o vencedor. “O arcebispo temia que a igreja de uma pequena comunidade superasse a Catedral Metropolitana”, revela o pesquisador. Após o empenho da comunidade, que doou dinheiro, materiais de construção e mão de obra, a igreja foi inaugurada em 1939 e tornou-se catedral em 1959, com a posse do primeiro bispo, dom Alberto Etges. Ainda há edições disponíveis da obra na Livraria Iluminura e na paróquia. 

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