Na madrugada deste domingo, 22, começa a estação mais quente do ano. O verão, amado por quem gosta de sol, praia e lazer em meio à natureza, é um convite aos que não ficam sem o sal do mar e o vento Nordestão e que têm como destino o Litoral Norte gaúcho. A Gazeta do Sul percorreu 729 quilômetros para contar como estão as condições das estradas e rotas e dar dicas para aproveitar melhor a paisagem à beira mar. Tramandaí, Capão da Canoa e Torres são os destinos apresentados nesta reportagem, que traz informações para quem aluga casa por temporada e, ainda, sobre como serão os meses da estação mais quente do ano. Embarque com a Gazeta nesta viagem que começa no Centro de Santa Cruz do Sul e chega até o ponto mais ao norte do Rio Grande do Sul, na Praia Grande, em Torres, que está preparada para receber turistas de todas as partes da América Latina.
A jornada rumo ao Litoral Norte começou cedo. Para evitar o sol direto no painel do carro, a reportagem da Gazeta do Sul saiu cedo, às 5 horas da manhã, tendo como primeira parada a praia de Tramandaí.
Neste horário, a movimentação maior ocorre na saída de Santa Cruz do Sul, na RSC-287 e no acesso a Porto Alegre, pela BR-448 (Rodovia do Parque). A chegada à Capital, por volta das 7 horas, já exige paciência e perícia por parte do motorista.
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Em pouco mais de três horas, por volta das 8h30, a primeira parada está próxima. Em Tramandaí uma revitalização completa do calçadão da Avenida Beira-Mar deixa a chegada à praia muito mais agradável. A obra iniciada em 2018 foi finalizada e a praia está pronta para os turistas.
Em Capão da Canoa, a instalação padrão de quiosques, na faixa de areia, chama a atenção. Com a areia branquinha e toda a estrutura pronta, a praia que é um dos pontos mais frequentados do turismo de verão espera reunir 700 mil pessoas no réveillon. Em Capão, a virada do ano marca a chegada maciça de turistas.
A última parada da Gazeta do Sul está distante 70 quilômetros de Capão da Canoa. Entre a saída de Santa Cruz do Sul e a chegada ao destino, descontados os tempos de almoço e parada, a viagem dura cerca de cinco horas. A chegada em Torres é tranquila pela RSC-389, a Estrada do Mar. A rodovia que interliga todo o Litoral Norte é de uso turístico. O tráfego de caminhões na estrada é restrito a determinados dias e horários. Na Praia Grande, uma das mais visitadas em Torres, a Prefeitura cuida da manutenção e pintura do calçadão. O município recebe turistas do Uruguai e da Argentina. Visitantes de todo o Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro completam o rol de turistas na praia que faz divisa com Santa Catarina.
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Gasolina barata fica em Torres
Ao longo dos mais de 350 quilômetros que separam Santa Cruz do Sul de Torres, última praia do Litoral Norte gaúcho, o preço da gasolina varia até 10% do posto mais caro ao mais barato. O valor mais baixo encontrado pela reportagem – R$ 4,42 – foi na BR-101, no quilômetro 3, ainda no município de Torres, no acesso à cidade. O mais alto – R$ 4,79 – foi na localidade de Mariante, no interior de Venâncio Aires, na RSC-287.
Em fevereiro, mais dois pedágios
O trajeto entre Santa Cruz do Sul e as praias do Litoral Norte conta com três pedágios na ida e dois na volta. Na RSC-287, em Venâncio Aires, o preço da travessia é R$ 7,00, pago à Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). As outras duas cobranças são na BR-290. A primeira praça, em Gravataí, no quilômetro 77, cobra R$ 4,40. Assim como o de Venâncio Aires, é preciso pagar na ida e na volta. O segundo pedágio da Freeway, em Santo Antônio da Patrulha, custa R$ 8,80 e é cobrado apenas na ida às praias.
A partir de 15 de fevereiro do ano que vem, o trajeto até Torres terá mais dois pedágios. A CCR ViaSul está autorizada, por meio do contrato de concessão das BRs 386 e 101, a instalar duas novas praças de pedágio. A primeira delas, que ficará no caminho de todos que irão para o Litoral, em Montenegro, será instalada na BR-386. A outra praça ficará na BR-101, no município de Três Cachoeiras, que fica antes de Torres. A tarifa em ambas as praças deverá custar R$ 4,30.
RSC-287 é a pior estrada
A ida para o Litoral Norte usou como rota a RSC-287 até a BR-386, seguindo pela BR-448, BR-290 (Freeway), ERS-030 e Estrada do Mar (ERS-389). A volta, partindo do município de Torres, usou como rota a BR-101 até a BR-290, seguindo pela BR-448 até a BR-386 e após a RSC-287.
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De todas as estradas percorridas, em 729 quilômetros, o trecho do quilômetro 65 da RSC-287 é o pior. A extensão, no interior de Venâncio Aires, é a mais prejudicada pelo trafego de caminhões e veículos, que é intenso.
As BRs-386, 290 e 101, concedidas à CCR ViaSul, estão todas em manutenção. Em vários pontos, o tráfego é orientado e a passagem de veículos estreitada por conta das obras de manutenção.
A ERS-030, que dá acesso ao município de Tramandaí, assim como a ERS-389, a Estrada do Mar, estão em excelentes condições de tráfego. O asfalto foi recuperado e a sinalização por placas e na pista está bem posicionada.
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Cuidado sempre com a velocidade
Os limites de velocidade vão mudando no caminho de Santa Cruz ao Litoral Norte. Na RSC-287, na ERS-030 e na ERS-389, as máximas são de 80 km/h.
Nas BRs-386 e 290 a máxima oscila entre 100 e 110 km/h.
No acostamento da 290, quando há muito tráfego, a passagem é liberada, na velocidade de 70 km/h.
Na BR-101, a velocidade máxima é de 100 km/h.
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Nos acessos aos municípios, trevos e travessias de áreas urbanas, o máximo permitido no trajeto é de 60 km/h.
Na BR-386 estão instaladas duas lombadas eletrônicas. A primeira delas fica em Coxilha Velha, no quilômetro 388 e a segunda em Nova Santa Rita, no quilômetro 435. Em ambos os controladores, a velocidade máxima é de 60 km/h.
O que a Gazeta viu no Litoral Norte
Quem quiser renovar a seção de roupas de banho do guarda-roupas pode ir às compras na beira-mar. Em Tramandaí, a Gazeta do Sul conheceu o casal de mineiros Rogério Aparecido Rodrigues e Eusane dos Santos. Há mais de uma década trabalhando por temporada no Rio Grande do Sul, eles deixam a pequena Chapada, no Norte de Minas Gerais, para vender saídas de praia, chapéus e biquínis nas praias. Saídas de praia podem ser compradas por R$ 35,00; biquínis completos, por R$ 50,00. O casal, assim como as dezenas de ambulantes, aceita cartões.
Também é possível comer bem sentindo a brisa do mar. A rede de quiosques instalada nas orlas das praias gaúchas tem variadas opções de petiscos e até refeições completas. No Quiosque da Família Silva, em Capão da Canoa – um dos pontos frequentados por santa-cruzenses –, conforme a própria família, o prato especial alimenta quatro pessoas. A tábua de petiscos vem com porções de peixe violinha, fritas, polenta frita recheada, aipim frito e verduras. O Prato da Casa custa R$ 80,00.
Nem sempre ir à praia significa encher o carro de bagagens e desembarcar nas areias do litoral gaúcho. Para quem não gosta de ser farofeiro, do verbo “farofar”, que na linguagem popular significa levar tudo que tem em casa para a beira-mar, há o serviço de aluguel. Na Praia Grande, Gilmar Claudino Lopes e a esposa Neuza Maria dos Santos recebem todos com um largo sorriso e a tranquilidade de quem tem o escritório com o quebra-mar de Torres ao fundo. Na Barraca número 30 – a única do gênero naquela praia – o aluguel de cadeira sai por R$ 10,00 e o de guarda-sol, por R$ 15,00 (em ambos os casos, diárias). Para quem está fora do peso, a cadeira reforçada custa um pouco mais: R$ 15,00. Mas quem paga é que escolhe. Gilmar e Neuza não se atrevem a dizer que o cliente precisa de uma cadeira mais reforçada. Segundo eles, “todos sabem”.
Muito calor, menos chuva e Nordestão
O verão começa oficialmente na madrugada deste domingo. A partir da 1h19, a estação entra em cena com a projeção de seca e altas temperaturas no Rio Grande do Sul.
Conforme a meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia, a tendência é para meses com chuva bem abaixo da média, especialmente janeiro e março. Fevereiro, segundo mostram os modelos meteorológicos, terá um pouco mais de chuva, mas ainda abaixo da normalidade. “Há um alerta para a probabilidade de perda de produtividade nas safras de verão, diminuição dos níveis dos rios, risco de escassez de água para consumo humano e animal com decretos de emergência e um risco acentuado de queimadas em vegetação”, salienta.
E já que o Rio Grande do Sul entra no verão, o calor será companheiro fiel dos gaúchos. A MetSul projeta temperaturas acima da média histórica na grande maioria do Estado, algumas com jornadas de calor muito intenso em que as temperaturas máximas poderão superar os 40 graus. “Períodos de seca acentuada favorecem extremos de calor. Podem ser registradas ondas de calor durante o próximo verão”, complementa Estael.
Quem for ao litoral perceberá que o “Nordestão” estará menos presente. Como neste verão espera-se temperatura mais alta no mar, as frentes frias chegarão mais fracas ou até mesmo desviarão do Estado. “Assim, os veranistas tendem a enfrentar menos dias com Nordestão e vão desfrutar mais dias com mar claro e quente”, confirma a meteorologista da MetSul.
Cinco dicas para alugar a casa na praia
Aproveitar o verão à beira mar é também um desafio para quem não tem casa na praia. Quando o assunto é levar a família para as férias, os veranistas optam pelo aluguel de temporada. No entanto, a prática exige cuidado especial por parte do contratante. Segundo a advogada Elisa Santini, proprietários de imóveis locam casas e apartamentos por um período determinado, chamado de aluguel de temporada. São contratos que seguem as regras gerais do mercado imobiliário com a peculiaridade de serem por tempo determinado. Na hora de fechar um acordo é necessário cautela para evitar pegadinhas. Por conta disso, a advogada elaborou cinco dicas para evitar dor de cabeça na hora de locar a casa na praia.
1 – Desconfie de preços muito abaixo do valor de mercado, pode ser um sinal de que o imóvel tem algum problema, ou que seja um possível golpe.
2 – O proprietário poderá solicitar ao inquilino uma caução para servir de garantia de bens como mobílias, eletrodomésticos e eletrônicos. No término da locação, ao se observar que o imóvel está em ordem, a caução deve ser devolvida ao locatário.
3 – As áreas de uso comum podem ser utilizadas pelos locatários, devendo o locador esclarecer as normas do condomínio ao locatário para que sejam cumpridas.
4 – Verifique o estado real do imóvel que deseja locar, inclusive de móveis e utensílios, e analise as fotografias disponíveis nas plataformas digitais e os comentários de locatários anteriores.
5- Ao chegar ao imóvel, o locatário deve verificar se tudo está de acordo com o ajustado no contrato. Caso haja alguma irregularidade o fato deve ser comunicado imediatamente ao locador para que a irregularidade seja sanada. Persistindo, deve o locatário realizar fotografias para que possa comprovar a situação, bem como para que ao final possa ser indenizado e não tenha que pagar qualquer indenização.
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