Com 30 anos de atuação em múltiplas áreas da Brigada Militar, o tenente-coronel Rodrigo Schoenfeldt, de 47 anos, foi o terceiro convidado do podcast Papo de Polícia, que é produzido pela Gazeta Grupo de Comunicações e tem gravação do videomaker Bruno Pedry. O episódio foi ao ar ao vivo no último sábado. Entre as histórias contadas pelo atual comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar (23º BPM), uma remete ao sequestro mais longo da história do Rio Grande do Sul.
Schoenfeldt era o comandante do então Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) – transformado, em 2019, em Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) – e coordenou os trabalhos da ocorrência, que aconteceu em uma residência do Bairro Guajuviras, em Canoas. Na ocasião, o então vigilante Rodrigo Luciano Luz, que tinha 32 anos, inconformado com o fim do relacionamento com a operária Josiane Pontes, na época com 29, manteve-a em cárcere privado por mais de 69 horas.
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“Nesse caso houve uma desinteligência passional. O ex-companheiro de uma senhora foi até a residência dela e ele, armado, fez a vítima de refém. Algum vizinho viu, chamou a Brigada Militar de Canoas, que identificou que era uma situação de crise, e a partir dali deslocamos com todo o Gate”, relatou o tenente-coronel. A ocorrência iniciou-se às 23 horas de 12 de fevereiro de 2010, terminando quase três dias depois, às 20h24 de 15 de fevereiro. Foram 28 policiais envolvidos.
Ao apresentador Cristiano Silva, Schoenfeldt detalhou o desgaste para a equipe, que em época de calor excessivo precisava se manter com uniformes pesados, colete, escudo e capacete. Também falou sobre o trabalho dos atiradores de precisão, posicionados em um telhado. Sequer podiam sair para urinar, o que era feito em uma garrafinha pet. “Eles ficaram num local muito importante para a ocorrência, em uma construção do segundo piso, mas que era extremamente desconfortável. De vez em quando íamos ao ponto, entregávamos água, alimento.”
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No podcast, ele ainda revela detalhes da negociação complicada, com três dias de promessas por parte do acusado, que portava dois revólveres dentro da casa onde mantinha a ex-companheira. “Era uma conversa bastante sedutora, como é o perfil da maioria dos homens que agridem mulheres. Dava a entender, por vezes, que iria deixar a vítima sair, depois dizia que ela não queria. Foram momentos de incertezas.”
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O desfecho do caso foi positivo, com a liberação da vítima e captura do autor, posteriormente condenado a 23 anos de prisão. No programa, ele conta ainda como foi a experiência de integrar a equipe especializada que fazia a segurança pessoal de familiares da ex-presidente Dilma Rousseff, em Porto Alegre, durante um período do mandato dela.
Também explica como funciona e conta os bastidores do curso de Operações Especiais, que forma os chamados “caveiras”, realizado por ele em Brasília no ano de 2005. Além disso, fala sobre crimes de estelionato e detalha dois assaltos nos quais foi vítima e precisou agir disparando contra bandidos armados, para escapar da morte.
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