Em um bate-papo aberto e revelador, o advogado santa-cruzense Ezequiel Vetoretti, de 43 anos, considerado um dos principais criminalistas do Estado, foi o segundo convidado do podcast Papo de Polícia, que é produzido pela Gazeta Grupo de Comunicações e gravado pela Albus Produtora. O episódio foi ao ar ao vivo na tarde de sábado, e pode ser conferido na íntegra no YouTube do Portal Gaz e também no Spotify.
Entre outras ponderações, Vetoretti contou sobre o seu primeiro júri, as ofensas que os advogados recebem por defender réus acusados de crimes graves e também sobre os erros na investigação no chamado Caso Bernardo, em que ele fez a defesa de Leandro Boldrini, pai do menino de 11 anos assassinado na cidade de Três Passos. Em um momento introspectivo, falou da sua admiração pelo juiz santa-cruzense Gerson Luiz Petry, que faleceu em 28 de fevereiro de 2021, aos 62 anos, vítima da Covid-19.
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O magistrado dá nome ao salão do júri do Fórum de Santa Cruz do Sul e, em 21 de agosto de 2007, recebeu da Câmara de Vereadores o título de Cidadão Honorário. Petry foi o responsável por passar a Vetoretti o primeiro processo de sua vida, fato que também foi detalhado no podcast pelo advogado criminalista como um caso que ajudou a moldar sua trajetória. “Com a vênia de todos os magistrados do Estado do Rio Grande do Sul, Gerson Petry, para mim, foi o maior. Não tem uma semana que eu não pense nele e sobre o que acharia…”.
Antes de terminar a frase de estima ao juiz falecido, um quadro que estava pendurado no cenário do estúdio da Albus caiu. O momento, aos 14 minutos e 30 segundos do episódio, não passou despercebido por Vetoretti. “Olha aí! Quando acontece essas coisas eu fico até arrepiado. Quem sabe ele está nos ouvindo, e é uma forma de ele dizer que está aqui com a gente. Eu devo muito do que eu sou hoje e da minha trajetória a Gerson Luiz Petry”, salientou. Em outro momento de sua fala, o criminalista santa-cruzense contou por que não aceitou atuar no Caso Kiss, apesar de procurado por representantes dos réus.
“Na época dessa tragédia, logo no início, eu imediatamente fechei as portas do escritório para esse processo, em respeito à dor de um grande amigo, um conselheiro e segundo pai, que é o seu Nestor, que eu gosto demais, tenho admiração, respeito muito grande e sentimento de gratidão”, salientou Vetoretti, referindo-se ao diretor do Colégio Mauá, Nestor Raschen, que perdeu o filho Matheus na tragédia da Boate Kiss. “Eu também não poderia atuar nesse processo como assistente de acusação porque eu não conseguiria defender a tese de dolo eventual, que nesse caso é absurda”, complementou o criminalista.
Sobre o chamado Caso Bernardo, listado em publicações como um dos que mais chocaram os brasileiros, Vetoretti, que faz a defesa do médico Leandro Boldrini, contou bastidores da investigação, que segundo ele contém erros e equívocos cometidos pela delegada responsável.
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“O Leandro nunca confessou porque ele não fez. Quando a delegada prende o Leandro, ela usa quatro fundamentos falsos”, contou o criminalista, que detalha no podcast quais os apontamentos e por que acredita que o júri será novamente anulado. No episódio completo, ele também relatou duas grandes modificações que acharia necessárias no sistema do Tribunal do Júri.
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