É comemorado neste 4 de setembro o Dia Internacional da Saúde Sexual. Para celebrar a data instituída pela Associação Mundial para a Saúde Sexual, eventos on-line foram realizados em todas as capitais brasileiras. No Rio Grande do Sul, a live contou com a presença da ginecologista e sexóloga Renata Jucá, de Santa Cruz do Sul.
Em entrevista ao programa Radar, da Rádio Gazeta FM 107,9, a especialista contou que o evento abordou o prazer sexual em tempos de pandemia. “Ainda existe um certo tabu em falar e discutir, mas o objetivo desse dia é dividir com a comunidade algumas questões relativas à sexualidade.”
Um dos assuntos do encontro no Estado foi como os solteiros lidam com o sexo em tempos de Covid-19, os relacionamentos entre casais e as questões que envolvem a saúde sexual neste período de isolamento. “Afeta mais os solteiros, mas os casais também vivem certos aspectos diferentes. Às vezes o casal está desacostumado a tocar nessas questões da sexualidade, existe um retraimento. Essa é a oportunidade de voltar-se para si mesmo, descobrir o que o outro gosta mais, testar novas técnicas”, observou a sexóloga.
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De acordo com Renata, uma pesquisa americana observou novos comportamentos durante a pandemia e constatou que 20% dos entrevistados inventaram novas formas de se relacionar. “Essas modificações todas a gente observou através de pacientes que vêm consultar e das pesquisas que foram realizadas. A sexualidade está sendo evidenciada entre as pessoas de outras formas, mais seguras.” Entre as práticas que aumentaram estão a autoestimulação e o uso de brinquedos sexuais.
Para os solteiros, as principais orientações são evitar contato próximo, ou apenas com parceiro conhecido que esteve há pelo menos 14 dias sem sintomas da Covid-19. Como o vírus está na saliva e nas mucosas, o indicado é o uso de camisinha e máscara. “Muitos utilizaram esses recursos numa reinvenção da atividade. Mas está havendo disseminação entre jovens pelas aglomerações e na busca de novos parceiros”, alerta.
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Já os casais em quarentena enfrentam desafios diferentes, de acordo com Renata Jucá. “Foi descrita uma diminuição do prazer, do desejo. A gente gosta de ressaltar que isso é normal, é uma coisa situacional do momento que vivemos. A orientação seria que os casais busquem desenvolver uma intimidade, organizem momentos de trocas não só sexuais, mas afetivas”, ressaltou. Conforme a sexóloga, é necessário que se estimule o clima de namoro, com conversa e troca de ideias, evitando atritos e momentos de desentendimento.
Alerta para riscos da pornografia
Conforme a sexóloga Renata Jucá, a mesma pesquisa indicou que os sites pornográficos foram muito buscados na pandemia, assim como páginas e aplicativos de sexo virtual. “A pornografia hoje é muito acessível. Está sendo muito utilizada por homens jovens e acaba aprisionando à necessidade de usar este meio para se estimular”, comentou. Os vídeos servem como alívio de tensão sexual, mas têm riscos e são potencialmente perigosos.
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A especialista alerta que os filmes são montagens e fogem à realidade, e os usuários devem ter cuidado. “Quem utiliza isso deve ser alertado para cuidar que o sexo real não fique esquecido, porque na verdade o sexo fora da internet envolve cortejo, trocas, conexão emocional, interação de pessoas e seus desejos, algo real. Já a pornografia estimula muitas vezes com coisas que não são reais.”
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