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Pandemia impacta também no folclore

Assim como o setor cultural de mercado, voltado ao consumo, a pandemia afetou as manifestações folclóricas em todo o Brasil, contexto que marca o Dia do Folclore, comemorado neste sábado, 22. Cancelamentos e adiamentos se multiplicam a cada dia.

Em Santa Cruz do Sul, por exemplo, o adiamento da Oktoberfest implica nas tradicionais apresentações de grupos e bandas germânicas, nas disputas de jogos germânicos e rurais, além da área gastronômica, típica da festa. No Estado, o mês de setembro será diferente sem os acampamentos e desfiles farroupilhas.

Para o tradicionalista Antônio Pereira dos Santos, apresentador do programa Alma Gaúcha nas manhãs de domingo da Rádio Gazeta FM 107,9, até os costumes mais habituais, como o churrasco de domingo em família e a roda de chimarrão, foram impactados.

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Antoninho Pereira: a rotina foi impactada

“Os grupos de danças folclóricas estão parados em todo o mundo. Todo o tipo de manifestação que realça a cultura de um povo está adormecida. Está em alta o conhecimento por meio da leitura de livros que estavam nas prateleiras”, comentou.

Segundo Santos, é um momento de resgatar aspectos esquecidos. “Cito os utensílios e as peças de indumentárias em desuso ou já consideradas mortas nos dias de hoje, e que agora saem do esquecimento”, complementou.

Já na visão do doutor em História Mateus Silva Skolaude, o impacto no folclore pode ser visto em uma perspectiva ampla. Para ele, reflete mais na impossibilidade de confraternização, caso da Semana Farroupilha, da Oktoberfest ou do Enart, do que no culto às tradições.

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Mateus Skolaude: as pessoas sentem falta de poder confraternizar e se reencontrar

“Na Oktoberfest, por exemplo, o interesse maior não é no impacto do que é referência em uma festa germânica. As pessoas estão mais interessadas no contato com os amigos e na diversão proporcionada pelo evento. É do que todos sentem mais falta neste momento, o contato com o outro. O ser humano é sociável por natureza”, argumentou.

Um projeto de pesquisa intitulado Folk Covid está em andamento na Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), juntamente com universidades e associações parceiras, para um diagnóstico internacional dos impactos da pandemia em contextos folclóricos. Sobretudo no que se refere à realização ou adaptação das artes tradicionais e culturas populares

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Cristiano Silva

Cristiano Silva, de 35 anos, é natural de Santa Cruz do Sul, onde se formou, na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), em 2015. Iniciou a carreira jornalística na Unisc TV, em 2009, onde atuou na produção de matérias e na operação de programação. Após atuar por anos nos setores de comunicação de empresas, em 2013 ingressou no Riovale Jornal, trabalhando nas editorias de Geral, Cultura e Esportes. Em 2015, teve uma passagem pelo jornal Ibiá, de Montenegro. Entre 2016 e 2019, trabalhou como assessor de imprensa na Prefeitura de Novo Cabrais, quando venceu o prêmio Melhores do Ano na categoria Destaque Regional, promovido pelo portal O Correio Digital. Desde março de 2019 trabalha no jornal Gazeta do Sul, inicialmente na editoria de Geral. A partir de 2020 passou a ser editor da editoria de Segurança Pública. Em novembro de 2023 lançou o podcast Papo de Polícia, onde entrevista personalidades da área da segurança. Entre as especializações que já realizou, destacam-se o curso Gestão Digital, Mídias Sociais para Administração Pública, o curso Comunicação Social em Desastres da Defesa Civil, a ação Bombeiro Por Um Dia do 6º Batalhão de Bombeiro Militar, e o curso Sobrevivência Urbana da Polícia Federal.

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Cristiano Silva

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