Com seis meses de distanciamento social forçado pela pandemia, as academias de ginástica e estúdios de pilates de Santa Cruz do Sul enfrentam várias restrições. Mesmo após a retomada dos serviços, os espaços não voltaram a atender nos moldes normais e se dedicam a cuidados especiais de higiene e limpeza dos ambientes, além de medidas para evitar a contaminação, como uso de máscaras por alunos e funcionários mesmo durante os exercícios.
O espaço Lauren Thomasi Pilates ficou fechado durante 30 dias depois de 20 de março e reduziu o número de atendimentos. Antes eram quatro pacientes por horário e agora, apenas um – ou no máximo dois, se forem coabitantes. “O movimento não voltou ao normal, e acabei aumentando meus custos com essa limitação de atendimentos por horário. Tenho vários pacientes querendo voltar, estão na lista de espera para quando diminuírem as limitações. Espero que seja logo”, comenta a fisioterapeuta Lauren Thomasi.
Ela se viu até mesmo obrigada a locar uma sala ao lado para aumentar os atendimentos. Mesmo assim, está limitada a atender 50% a menos do que antes. “Gostaríamos de poder ajudar aos que esperam ansiosos para a recuperação de dores. Me corta o coração quando pacientes pedem por horário e temos que negar”, relata. Para Lauren, a preocupação não é somente a queda no movimento, mas sim os casos de pacientes com dor que não estão sendo atendidos.
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Na Clínica Antonio’s, o fechamento não chegou a ser necessário, por ser um espaço de saúde e realizar serviços essenciais, mas alguns clientes suspenderam os atendimentos. “Estamos retomando o crescimento a cada mês. Tanto os nossos clientes que pararam estão voltando como novos iniciam no pilates e nos demais serviços da clínica. As pessoas estão cada vez mais conscientes de que cuidar da saúde física e mental é imprescindível para garantir boa imunidade”, explica a empresária, fisioterapeuta e proprietária da clínica, Daniela Antonio.
No local, as orientações do decreto são seguidas à risca, como a verificação de temperatura e higienização das mãos ao entrar na clínica e ao finalizar o atendimento, além do uso de máscara. O distanciamento entre os clientes é garantido em dois ambientes para o pilates. A clínica também registrou aumento na procura por outros serviços, como quiropraxia e massagem. “As pessoas estão estressadas, ansiosas, tensas. Com isso aumentam os quadros de dor.”
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Já nas academias de ginástica, os cuidados são similares. De acordo com a professora de hidroginástica e natação, e proprietária da academia Fitnesslife, Mariangela Corrêa Pavi, o local ficou fechado durante um mês e ainda não foi possível voltar ao normal. “As alunas já vinham para a academia com sua hora marcada, mas atendíamos dez pessoas por horário, com duas professoras acompanhando e orientando. Agora estamos com número reduzido de alunas e uma professora por horário.”
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As restrições prejudicam o negócio, já que é necessário respeitar o limite de participantes por horário, para garantir a segurança. Muitas alunas querem ser atendidas no mesmo período, outras desistiram porque não querem se exercitar de máscara. “Contamos com a compreensão de todos para que consigamos passar por essa situação com toda a segurança necessária.”
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Segundo o proprietário da Shape Fitness, Fábio Alves de Souza, o retorno após o fechamento foi dificultado pela falta de orientações sobre como proceder. “Houve uma falta de organização dos que deveriam nos dar base e suporte para termos condições de trabalhar, cada um dizendo uma coisa. Sem contar que o mínimo que podíamos fazer pelos nossos alunos era ressarci-los por esse mês parado. Foi bem difícil e continua difícil.”
No momento, a academia segue todos os cuidados necessários e as orientações recebidas da Vigilância Epidemiológica, mas o movimento está longe do normal. “Eu tinha mais de 550 alunos ativos antes da pandemia e estou com cerca de 160 agora. Sigo aberto porque é o que eu tenho pra sobreviver, mas a situação é péssima”, afirma. O empresário reclama dos custos fixos, impostos e aluguel, que não foram reduzidos no período, e espera que a situação melhore em breve.
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Cuidados redobrados com a limpeza
Mesmo que o retorno das academias e estúdios de pilates não seja total, muitas mudanças passaram a fazer parte da rotina dos profissionais. Os cuidados com limpeza e higiene foram redobrados após a retomada, para garantir a segurança de todos e prevenir a contaminação por coronavírus.
Na Lauren Thomasi Pilates, as medidas incluem esterilização de objetos, móveis, maçanetas e equipamentos entre os atendimentos. Fisioterapeuta e pacientes permanecem de máscara, e a próxima pessoa só entra quando a outra tiver saído.
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Na Clínica Antonio’s, muitos dos cuidados presentes no decreto já eram parte da rotina, como higienizar os ambientes com álcool 70 a cada atendimento. A principal adequação foi o uso de máscaras, já que os atendimentos sempre foram individuais.
Na academia de Mariangela Corrêa Pavi, os cuidados com a higienização dos aparelhos foram intensificados. Na chegada, as alunas têm a temperatura verificada com termômetro digital, devem utilizar máscara e levar sua toalha, e há álcool disponível na recepção e próximo aos aparelhos. O atendimento dura apenas 45 minutos, para haver tempo de higienizar os equipamentos.
No estabelecimento de Fábio Alves de Souza, a adaptação também envolveu uma série de mudanças e reforço nos cuidados com a limpeza, feita de hora em hora. Os alunos utilizam máscara, levam sua toalha e garrafa, e não é permitido utilizar os chuveiros no local.
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