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Pandemia avança rapidamente e números preocupam em Santa Cruz

Apesar dos apelos de profissionais e autoridades de saúde, das ações e campanhas de informação e conscientização realizadas pelo Poder Público e até mesmo dos decretos que preveem multa para quem participar de aglomerações, a pandemia do novo coronavírus não mostra sinais de desaceleração. Entre o fim de junho e o fim de julho, o número de casos em Santa Cruz do Sul mais do que dobrou, e a taxa de crescimento em alguns bairros chama a atenção.

No dia 28 de junho, o município tinha 163 casos confirmados de Covid-19, número que em um mês cresceu 106%, saltando para 336 no dia 28 de julho. Os bairros Centro e Arroio Grande destacam-se entre os que tiveram o maior avanço da doença no período.

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O Centro passou de 22 para 60 casos, um aumento de 172%, enquanto o Arroio Grande foi de sete para 25, uma elevação ainda mais expressiva, de 257%. Os dados são do Observatório do Desenvolvimento Regional (ObservaDR), projeto conduzido pelos integrantes do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR) da Unisc.

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O avanço da doença em Santa Cruz do Sul contrasta com o maior movimento nas ruas e as constantes aglomerações registradas em praças, parques e outros locais do município, especialmente nos fins de semana. “Esse período de crescimento da pandemia coincide justamente com a redução do índice de distanciamento social na região. Para se ter uma noção, o índice era de 55% em 25 de maio, em 22 de junho baixou para 48% e agora, em 25 de julho, ele estava em 38%”, destaca o professor Rogério Lima da Silveira, coordenador do ObservaDR.

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No mesmo período, o índice de isolamento social foi de 40% no Brasil e 41% no Rio Grande do Sul, ou seja, a região do Vale do Rio Pardo esteve abaixo das médias estadual e nacional. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o índice deve se manter sempre acima de 50% para que o avanço da Covid-19 entre a população seja controlado. “Há uma certa correlação entre a redução do distanciamento e a ampliação da contaminação aqui no município”, afirma.

A respeito da atualização e obtenção dos dados, Silveira relatou a dificuldade de conseguir informações relativas à doença em Santa Cruz do Sul. Segundo ele, isso tem sido um obstáculo para a divulgação de novos índices, como a faixa etária, raça, gênero e perfil socioeconômico dos infectados. “É importante para que a gente possa definir uma política mais eficiente de controle, sabendo o alvo e as características da população.” O ObservaDR também disponibiliza dados relativos à Covid-19 em Venâncio Aires e no Vale do Rio Pardo.

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COMO FICOU O MAPA

No fim da tarde dessa segunda-feira, 3, o governador Eduardo Leite (PSDB) divulgou, em transmissão nas plataformas digitais, a decisão definitiva a respeito dos recursos encaminhados pelas prefeituras e associações de municípios.

Das nove regiões que haviam contestado a decisão do governo do Estado, seis tiveram seus pedidos atendidos e voltaram à bandeira laranja. Com isso, as regiões de Palmeira das Missões, Pelotas, Bagé, Caxias, Santo Ângelo e Santa Rosa retornaram para a cor laranja, enquanto Novo Hamburgo, Passo Fundo e Lajeado não foram atendidas e permanecem na vermelha.

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O mapa definitivo, que chegou a ter dez regiões na classificação de risco alto, correspondendo a 73% da população do Rio Grande do Sul, hoje possui seis regiões e 49% da população vivendo sob restrições mais severas para as atividades econômicas e a circulação de pessoas.

Nesta terça-feira, o governador fará uma nova reunião com a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) para discutir a gestão compartilhada do modelo entre o Estado e as associações de municípios.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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