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Pandemia agrava situação do transporte individual de passageiros

O agravamento da pandemia vem oferecendo desafios ao transporte individual de passageiros. Além da grande redução no número de usuários em função da proibição de eventos em geral e atividades noturnas, o setor também sofre com a disparada no preço da gasolina. Com isso, taxistas e motoristas de aplicativos buscam alternativas e estratégias para continuar na profissão.

Conforme Fábio Matos, presidente da Associação Santa-cruzense de Motoristas por Aplicativo (Ascma), a queda na procura pelo serviço já era percebida, mas se intensificou com o fechamento do comércio não essencial. Além disso, a concorrência aumentou. “Muitas pessoas que perderam o emprego ou estão afastadas do trabalho acabam migrando para os aplicativos. Então, temos um grande número de motoristas para uma demanda pequena”, frisa. Segundo ele, o total de trabalhadores nos serviços de transporte por aplicativo saltou de 350 no ano passado para mais de 700 atualmente.

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Há, ainda, a questão do preço da gasolina, que registra expressivo aumento neste ano e influi diretamente nos ganhos. “Quanto mais aumenta, maior é o impacto para nós. Acaba nos estrangulando porque abastecemos diariamente. Quanto mais o custo cresce, menos sobra nos nossos ganhos”, diz Matos. Os aplicativos, por sua vez, não reajustam as tarifas no mesmo ritmo do crescimento desses custos. “As plataformas se aproveitam da situação de desemprego de muitos motoristas e criam ferramentas que reduzem ainda mais o valor da corrida”, completa.

A situação dos táxis, segundo o presidente da Associação Rádio Táxi de Santa Cruz do Sul, é ainda pior. De acordo com Jari Vieira, o volume mensal de corridas caiu 90%. “Hoje nós estamos patinando. Já chegamos a fazer 30 mil corridas mensais, hoje fazemos em torno de 3 mil”, afirma. Segundo ele, muitos associados não conseguem mais pagar a mensalidade e acabaram deixando a associação, que só sobrevive em função dos convênios com empresas.

O custo da gasolina também é citado como um desafio para a atividade. “Nossa tabela está defasada. Até houve um aumento, mas optamos por nem repassar devido à pandemia e ao baixo volume de corridas”, explica. A situação, contudo, está se agravando. “Não sei até quando nós vamos conseguir manter. ” Outro obstáculo, segundo Jari, é o transporte clandestino, que estaria crescendo cada vez mais no município.

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