A sucessão e a gestão em empresas familiares foram temas de uma palestra na noite da última quinta-feira no Charrua Hotel. Os sócios da Kienbaum Brasil, José Antônio de Freitas e Rafael Homem de Carvalho, forneceram dicas aos 120 participantes de como conduzir um empreendimento sem que os conflitos e interesses influenciem nos resultados.
Carvalho iniciou a sua fala ao apresentar um número impactante. Das empresas familiares, apenas 15% chegam à terceira geração. E à quarta geração, apenas 3%. Segundo ele, é necessário desenvolver a inteligência da família empresária. “Mesmo que ocorra o processo de profissionalização, com pessoas de fora, a última palavra será da família. É importante avaliar as relações para fortalecer o negócio e não colocar a empresa em risco”, disse. “Temos a tendência de cobrar dos outros as nossas expectativas. Mas só podemos cobrar o que foi combinado. Cada um tem os próprios interesses. É preciso ter uma noção do pensar, querer e sentir. Há uma linha entre competição e cooperação que não pode ser confundida”, complementou.
O psicólogo apontou elementos fundamentais para que as dificuldades sejam superadas com maior facilidade, como o aprimoramento da capacidade na empresa ao ser formatado um quadro de líderes e talentos, a sucessão projetada com antecipação e um propósito bem definido. “Os conflitos aumentam com a perda da liderança, como o patriarca ou a matriarca. No período de transição, é importante ter clareza sobre os valores e o legado que foi deixado, para que as competências possam ser desenvolvidas e a empresa mantenha ou evolua em seus objetivos”, explicou.
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José Antônio de Freitas informou, por meio de números da PwC Auditoria, que 92% dos líderes querem deixar uma marca e que 58% planejam trabalhar na empresa da família. E dos que assumem algum cargo na empresa familiar, 73% tiveram experiências fora. Como exemplo, ele citou uma organização comandada por cinco irmãos que enfrentava o dilema de quem poderia liderar a sucessão. O primeiro passo foi responder a questões levantadas por Freitas, como “quem teria o perfil para assumir” e “quem teria interesse em exercer o cargo”.
O engenheiro ressaltou cinco princípios da gestão. “É necessário definir objetivos e metas e também avaliar resultados e ter as pessoas certas no lugar certo. A empresa precisa desenvolver líderes e reconhecer as melhores práticas”, disse. Identificar as pessoas certas para que ocupem os lugares corretos é um item fundamental, segundo ele. “Elas vão colocar em prática a regra dos três ‘C’: competência, comprometimento e coragem. São fundamentos essenciais para a gestão empresarial”, completou.
Ações reforçam relação entre os dois países
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O gerente-executivo da Câmara Brasil-Alemanha, Valmor Kerber, destacou as iniciativas que aproximam as relações comerciais entre os dois países. Uma delas foi a concessão do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, arrematada pela Fraport por R$ 290,5 milhões. A empresa vai investir R$ 1,9 bilhão no local. A multinacional alemã SAP, que desenvolve softwares de gestão para empresas de médio e grande porte, investiu R$ 60 milhões no seu laboratório instalado na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em São Leopoldo. Já a Randon, de Caxias do Sul, fechou parceria com a alemã Wacker Neuson para fabricar retroescavadeiras. A Randon vai produzir os equipamentos nas suas instalações e eles serão vendidos por meio da ampla rede de revendedores da Wacker Neuson na América Latina.
Em novembro, entre os dias 12 e 14, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) sediará o 35º Encontro Econômico Brasil Alemanha 2017 (EEBA). Ainda no primeiro semestre deste ano, será inaugurado o Centro de Estudos Alemães e Europeus, projeto institucional executado em conjunto pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS). O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha deve investir 250 mil euros por ano pelo período inicial de cinco anos, e pode haver prorrogação por mais cinco. “Será importante para o intercâmbio de estudantes e pesquisadores. O foco é na discussão da globalização, desenvolvimento sustentável e diversidade cultural. Os alemães olham para o Brasil e estão interessados na gente. Precisamos valorizar o que temos”, disse Kerber.
Quem são
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José Antônio de Freitas é sócio da Kienbaum Brasil, com experiência de 25 anos como executivo do Grupo Gerdau e atuação em planejamento integrado, logística interna e gestão de estratégia. É formado em Engenharia pela Universidade Federal Fluminense e tem mestrado em Engenharia de Sistemas e MBA pela UFRJ.
Rafael Homem de Carvalho trabalha na Kienbaum no Desenvolvimento da Inteligência de Famílias Empresárias para processos de governança e sucessão. É formado em Psicologia pela Ulbra e especialista em consultoria e assessoria para empresas familiares na Fundación Nexia (Barcelona). Também atua como professor.
Kienbaum Brasil
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Em 2005, a empresa Keseberg & Partners e a multinacional alemã Kienbaum Consultants International se uniram. Presta os serviços de Executive Search (recrutamento de executivos e gestores de alto escalão), Gestão de RH (avaliações, coaching e plano de sucessão) e Gestão de Negócios e Pessoas e Governança. Além disso, disponibiliza ao mercado sua Academia de Líderes, auxiliando instituições a identificar e desenvolver seus potenciais líderes. No Brasil, possui escritórios regionais em Belo Horizonte (MG), Campinas (SP), Jaraguá do Sul (SC), Porto Alegre e São Paulo (sede da empresa). No exterior, está presente em 17 países.
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