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Paixão por games potencializa ligação entre pai e filho

Companheirismo nos games e na vida

O pequeno Lorenzo Scalabrin, de 7 anos, já tem em mente o que quer ser quando crescer: policial militar, assim como o pai e o avô. Os exemplos fizeram com que o garoto se encantasse pela profissão e, pelo menos, por enquanto, a mantém como sonho futuro. Só que além de um dia, quem sabe, seguir os passos dos antecessores no trabalho, Lorenzo tem curtido dividir a sala de casa com o pai, nas horas vagas, para jogar videogame e gravar vídeos.

O gosto pelos games vem da infância do pai, Leando Scalabrin, que também é empresário, e tem 38 anos. Na época, Leandro conta que o costume era jogar Super Nintendo, algo que acabou ficando de lado por cerca de 15 anos, desde que ingressou na carreira militar. O primeiro videogame do filho, um XBOX, foi presente de aniversário de 4 anos. De imediato ele não demonstrou muito interesse, mas conforme Leandro começou a usar o equipamento, a vontade de participar e estar junto surgiu. “Ele não gostou muito, mas em mim reviveu aquela paixão de infância e comecei a jogar novamente. Quando ele me viu, começou a participar e hoje posso dizer que joga melhor que eu, apesar da idade”, inclusive dando sugestões do que fazer para melhorar as habilidades, conta.

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Acompanhando vídeos e grupos na internet que tratam sobre games, a dupla busca sempre por novidades. Foi então que, há pouco tempo, Lorenzo sugeriu ao pai que criassem um canal no YouTube. “Eu falei: canal no YouTube? Eu e tu? E ele disse: sim, pai. A gente joga e coloca no canal e faz um comentário daquele jogo. De início não dei muita bola, mas ele veio de novo com essa ideia e aí conversamos, ele mesmo foi explicando como fazer. Foi aí que resolvemos criar o canal. Nesta sexta, 6 de agosto, completa dois meses de canal, junto com o aniversário de 7 anos do Lorenzo”, enfatizou Leandro.

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A ideia inicial, segundo ele, seria abordar os diferentes tipos de jogos através dos vídeos, para os mais variados públicos. “Só que fizemos dois ou três vídeos logo no início jogando Minecraft e o que teve de crianças que entraram em contato conosco, que gostaram dos jogos e se inscrevendo no canal, fez com que a gente alterasse o público-alvo, partindo para um canal mais infantil. Desde então, há uns quarenta dias, só postamos vídeos extremamente infantis”, conta o pai.

O canal no YouTube, que ganhou o nome de Rato Morto Gamer, como explica Leandro, é um hobby de pai e filho. “O canal literalmente não se leva a sério, buscamos sempre fazer uma piada com o próprio canal no início dos vídeos. É uma atividade de lazer”. Mesmo assim, para dar conta de produzir os conteúdos, foi preciso investir em equipamentos. “No início não tínhamos câmera, só gravávamos o jogo. Com o passar dos dias vimos a necessidade de comprar a câmera, microfones para falar e interagir. Antes jogávamos em um videogame, hoje jogamos em dois (PS4 e PS5). É um hobby, mas que necessita de investimentos”, disse Leandro, que também precisou investir tempo para aprender sobre gravação e edição, tendo a ajuda do colega de trabalho, Ricardo Cândido, para sugestões e produção da vinheta de abertura.

Buscando interagir com o público que os acompanha, o porquê de o nome do canal ser Rato Morto Gamer só será divulgado quando alcançarem mil inscritos no YouTube
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A mãe de Lorenzo, Fernanda Scalabrin é a fã número um da dupla, primeira inscrita no canal e quem viu a sala de entrada da casa se transformar em estúdio de gamers/youtubers. “Apesar de eu não gostar e não jogar, quando percebi o quanto eles interagiam e se davam bem jogando, que é algo que o Leandro fazia na infância, eu deixei e não me opus. Lógico que há horários, limites para essa atividade, mas é um momento de lazer entre eles, assim como outros pais tem outras formas de aproveitar este tempo com os filhos”, destacou Fernanda. Conforme ela, essa troca entre os dois tem contribuído de diferentes formas na vida do filho, especialmente no desenvolvimento, visto que o menino sempre foi uma criança muito tímida. O pai complementa reforçando que o hábito tem auxiliado também na leitura e na destreza do filho. “O videogame te coloca em situações em que é necessário ativar o raciocínio, superar desafios”.

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Fernanda, mãe de Lorenzo, é a fã número um da dupla

Tendo os fins de semana mais para os games, além de frequentar e se dedicar à escola nos dias de semana, o garoto participa de outras atividades, como aulas em turno inverso, futebol com o pai, andar de bicicleta e programas em família. “A química que temos jogando videogame é fora do comum. Eu e ele nos acertamos muito. Só no se olhar a gente já sabe. Os vídeos são sem ensaiar nada. É o mais natural possível”, salienta Leandro, que enfatiza a importância desse contato e tempo junto ao filho.

O canal tem feito sucesso entre os colegas e amigos de Lorenzo, que encaminham áudios incentivando e parabenizando o conteúdo produzido pela dupla. A ideia é tem vídeos inéditos duas vezes por semana. Segundo Leandro, o canal também vai passar a contar com outros tipos de entretenimento para crianças, como brincadeiras para além do universo dos videogames. “Tem crianças que nos chamam no bate-papo privado para dizer como gostariam que os pais jogassem com elas. E comentamos: quem sabe convida ele para olhar, jogar, vai incentivando. Eu incentivo, porque gosto, mas daí entra a questão de gostos também”, destacou.

Diversão na sala de casa, nas horas vagas, ampliou a relação de parceria entre pai e filho
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O canal, conforme Leandro, foi uma brincadeira que deu certo. Já são mais de 500 inscritos em menos de dois meses. O aniversário de Lorenzo e o Dia dos Pais, neste ano, não podem passar em branco para eles… e é claro, com controles nas mãos, um olho na tela, outro entre eles e sorrisos garantidos, de quem está “passando o tempo” na melhor companhia: pai e filho. “Costumo dizer para os meus amigos que quero que o Lorenzo cresça, case, tenha filhos e fale para os filhos dele: vamos lá no vô jogar um videogame. Eu vou estar bem velhinho e ganhando dele (risos)”. Nesse momento do bate-papo Lorenzo sorriu e disse que ele quem irá ganhar. É a tecnologia cada vez mais presente também nas relações familiares.

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