“Pais temporários em um lar de verdade”, explica secretário sobre as famílias acolhedoras

Aos moldes de outros municípios, Santa Cruz do Sul deve receber em breve o programa Famílias Acolhedoras. A proposta é evitar que crianças e adolescentes afastados das famílias por medida de proteção tenham que ser abrigados em instituições. Desta forma, as crianças que estão negligenciadas pelas famílias ou que estão em situação de opressão ou violência, são acolhidas provisoriamente, até que possam retornar às famílias de origem ou sejam adotadas por outras.

Em entrevista ao programa Estúdio Interativo, na Rádio Gazeta 107,9, na manhã desta quarta-feira, 2, o secretário de Habitação, Desenvolvimento Social e Esporte de Santa Cruz, Everson Carvalho de Bello falou sobre os desafios de lidar com questões que envolvem o sistema de proteção de famílias em condições de pobreza ou extrema pobreza. “Nós fizemos uma conta simples. Temos cerca de 35 mil pessoas que vivem nessa condição e, todos nós sabemos, que a família que falta bife, normalmente briga mais. Quando faltam as questões básicas, há mais problemas. E assim, o sistema de proteção precisa atuar mais nessa faixa de renda e na população com essa situação”, explicou.

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As famílias acolhedoras, segundo Bello, vão passar por um programa de treinamento. Haverá um banco de dados, com cadastro dessas pessoas que vão ser preparadas pra fazer esse tipo de atividade. “Nós estamos qualificando alguns dos nossos serviços e o projeto da Família Acolhedora vem para tentar nos ajudar, não só a proteger melhor essas famílias, como também prestar um atendimento mais real, mais parecido com um lar de verdade. Pais temporários em um lar de verdade”, disse.

O secretário ainda ressaltou que a lei prevê um aporte financeiro de um salário mínimo nacional para as famílias acolhedoras, para que não falte nada para a criança ou adolescente acolhido. “Estamos alinhados com o Poder Judiciário, para darmos total suporte para essas crianças e famílias”. Ele disse que para além do auxílio financeiro, as famílias acolhedoras precisam estar envolvidas e entender a proposta. “Buscamos pessoas que possam dar a essas crianças o bem mais precioso, que é tempo, amor e carinho. Que elas possam se envolver com corpo, mente e alma na proposta”.

Proposta é diferente de adoção

De acordo com o secretário Éverson Bello, é importante salientar que o projeto não seja confundido com adoção. Segundo ele, existe uma premissa, estabelecida na lei, que não permite que famílias na fila de adoção participem desse programa, a fim de não gerar conflito de interesses, no que diz respeito ao apego e criação de vínculo. Ainda conforme o secretário, o período de duração irá variar de acordo com cada caso. “Basicamente, dura até a família de origem ter condições de receber a criança de volta”.

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O projeto foi enviado na semana passada pela Prefeitura à Câmara de Vereadores. Após os trâmites e em caso de aprovação da lei, serão divulgados horários e datas para as famílias candidatas ao acolhimento se manifestarem.

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