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Pais participativos

A participação dos pais na vida escolar melhora o desempenho dos filhos. Isso é tão velho quanto andar para a frente, mas cada vez mais raro. O argumento universal é a falta de tempo, mas sabemos que as pessoas mais atarefadas sempre conseguem agregar novas obrigações.

O Programa de Avaliação de Estudantes (Pisa), exame internacional que avalia estudantes de 15 anos de cerca de 70 países, está disponível na plataforma Mapa de Aprendizagem. O estudo revela que no Brasil 50,2% dos estudantes dizem que os pais têm interesse pelas atividades escolares.

 Com esses dados, ocupamos a 24ª posição em um ranking de 49 países. Os dados brasileiros apontam que há diferença entre aqueles com maior nível socioeconômico, grupo no qual 63,2% dos estudantes relatam a participação dos pais, e aqueles com menor nível socioeconômico, com 46%.

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  “Pais que participam geram um ambiente de valorização da educação que é supernecessário para o jovem se engajar”, diz o diretor executivo do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), Ernesto Martins Faria. Ele explicou que participar da vida escolar é acompanhar a frequência dos filhos, saber se estão ou não indo para a escola, participar de reuniões e conversar com eles.

A participação não significa somente corrigir os deveres de casa, mas ter clareza do que a instituição de ensino espera do aluno e se ele está engajado nos estudos. O pesquisador adverte que pais e escolas precisam agir em conjunto, combinando convenções e encontros para analisar o desempenho dos estudantes e, dessa maneira, antever problemas.
 Vivenciar a rotina escolar dos filhos exige renúncia, dedicação e persistência. O estresse diário afasta muitos pais do acompanhamento indispensável. A omissão não resulta apenas no fracasso relativo à avaliação/notas, mas em riscos bem mais graves, como o apelo às drogas, álcool e outras armadilhas.

 A falta de participação efetiva na vida escolar é agravada pela onipresença das redes sociais, que viabilizam o acesso a todo tipo de conteúdo. Sendo impossível vigiar os filhos 24 horas por dia, é vital desenvolver uma parceria de tolerância e confiança mútuas para detectar problemas e conjuntamente encontrar soluções. A omissão, caminho mais fácil, é também o de consequências mais graves e por vezes irreversíveis.

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 Para pais atentos e participativos, esta crônica não trouxe novidade nenhuma. Eles têm consciência de que ter filhos constitui um conjunto complexo de obrigações que não cessa jamais. Somente os desafios se alternam com o passar do tempo. Com a idade, novos percalços e crises se sucedem num festival interminável. Por isso, a vigilância é eterna. 

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