O professor de Ciências da Computação da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Leonel Tedesco, e o consultor em Marketing Estratégico Fábio Guerra palestraram, na noite dessa quinta-feira, 26, no último evento da 1ª Semana da Indústria. Os painelistas fizeram previsões para as indústrias em médio e longo prazo e avaliaram o futuro do mercado de trabalho.
Para Tedesco, a ciência de dados e a implementação da “internet das coisas” (IoT) irão remodelar os modos de produção e as relações interpessoais. Ele prevê que em 2025 o mundo estará conectado em 27,1 bilhões de dispositivos eletrônicos. Todos esses equipamentos produzem dados que podem ser explorados pelas empresas.
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A partir da ideia de que o serviço mais valioso hoje é a conexão, as plataformas digitais são usadas para vendas e produção assertivas. “O primeiro passo foi entender as plataformas de serviços de conexão. Eles pegam os dados e extraem conhecimento para personalizar e direcionar os anúncios”, acrescentou.
Assim, empresas como Uber, iFood, Amazon e Facebook operam e conseguem atender à demanda da sociedade. A empresa de transporte por aplicativo, por exemplo, não possui frota própria, mas conecta um motorista a um cliente.
Com a implementação da Indústria 4.0 e a internet das coisas, as próximas tecnologias prometem revolucionar a noção de realidade. Uma das tendências, a realidade aumentada, mescla elementos virtuais com a percepção humana do que é real.
A partir disso, compradores de novos carros customizados, por exemplo, poderão experimentar o modelo na montadora e os atletas terão como conhecer, de forma prévia, as competições, os trajetos e as provas por meio de projeções tridimensionais. Uma estimativa da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) aponta que, em 2020, foram investidos R$ 370 bilhões no mundo em realidade aumentada.
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No campo dos relacionamentos dentro das empresas, a principal tendência é a integração horizontalizada entre os funcionários. Por meio da análise de dados, será possível monitorar os equipamentos; agendar a manutenção; controlar os estoques e as demandas e também a produtividade dos trabalhadores.
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O caminho para implementação da Indústria 4.0, porém, ainda é longo. O principal entrave é a atualização tecnológica. Segundo Tedesco, dados de 2021 apontam que 69% das empresas possuem alguma tecnologia que permite o uso da internet das coisas, ao passo que menos de 50% utilizam a ferramenta.
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A previsão do professor Leonel Tedesco é de que, para suprir a demanda da nova revolução industrial, haverá uma carência de 797 mil profissionais de tecnologia da informação até 2025. De acordo com o consultor Fábio Guerra, 85% das crianças que hoje estão na escola primária terão empregos que ainda não existem. Isso significa que dois a cada três alunos serão empregados em algo completamente novo.
Cadeiras extras ao lado da plateia e algumas no corredor. Os painéis do último dia da Semana da Indústria exigiram esforço da organização para comportar todo o público de quase 150 pessoas.
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