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SEMANA DA INDÚSTRIA

Painel Tá na Hora indica caminhos para a reindustrialização

Foto: Alencar da Rosa

Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, Astor Milton Schmitt e César Cechinato defendem a importância de o setor voltar a progredir

O evento Tá na Hora comemorativo ao Dia da Indústria marcou o encerramento da programação alusiva aos debates dentro da semana dedicada a esse setor produtivo. Os empresários Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, presidente-executivo da Dalia Alimentos, e Astor Milton Schmitt, vice-presidente da Fras-le e diretor de Planejamento, Economia e Estatística da Câmara da Indústria e Comércio de Caxias do Sul (CIC), falaram sobre o processo e as dificuldades de reindustrialização do país.

Presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI) Santa Cruz do Sul, César Cechinato destacou na abertura do evento, realizado no Hotel Águas Claras, a relevância do segmento produtivo para a região. “Se somos o quinto PIB (Produto Interno Bruto), com 132 mil habitantes, é graças à indústria de transformação, que serve como suporte para outros setores”, aponta.

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Essa situação é repetida em outros locais, como na área serrana. Schmitt exemplifica ao citar o crescimento registrado em Caxias no último ano. Foram 4,1%, com destaque para o comércio, que atingiu 11,4%, superando a média nacional, que ficou abaixo dos 3%. “Caxias tem mostrado uma vitalidade e capacidade de recuperação muito forte. A economia é fortemente influenciada pela indústria de transformação, puxada por boas empresas. Elas souberam se estruturar, diversificaram atividades sem perder foco, se internacionalizaram pesadamente”, justifica. Acrescenta que o agronegócio também é muito forte, representando 36% da produção anual de hortifrutigranjeiros. Diante disso, comércio e serviços são puxados pelo agro e indústria de transformação.

Entre 2021 e 2022, o município serrano conseguiu a abertura de 8 mil empregos formais, chegando a 160 mil vagas. Schmitt cita esse como um indicador do bom desempenho que vem sendo obtido a partir da capacidade de adaptação dos setores produtivos, em especial da transformação e metalomecânico, e por consequência de outras áreas, como comércio e serviços.

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Agronegócio busca isonomia

Carlos Alberto de Figueiredo Freitas apresentou a estrutura da Dalia Alimentos e o seu diferencial em relação às outras organizações. Além do fato de ser uma cooperativa, ela adotou o modelo europeu de gestão, que funciona a partir da força dos conselhos administrativos e não de um presidente. Hoje atua em 127 municípios gaúchos, conta com 2.940 funcionários e teve faturamento bruto, em 2022, superior a R$ 2 bilhões.

As dificuldades, apesar dos números positivos, estão sobretudo na questão logística. Depois de viver bons momentos em vendas, durante 2019 e 2020, houve um aumento muito elevado no custo dos insumos em 2021, além de um empobrecimento da população mundial, o que resultou em desequilíbrio na produção.

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“O setor é mais prejudicado, ainda, no Rio Grande do Sul, que depende muito do milho trazido da região Centro-Oeste. Assim, fica muito mais barato para as empresas de lá e do Paraná produzirem”, explica. Freitas aponta como soluções a instalação do sistema ferroviário em direção ao Estado, baixando o custo logístico, além da necessidade do aumento de produção de grãos no agronegócio gaúcho.

A isonomia tributária, diante do custo produtivo mais elevado no Rio Grande do Sul, seria outro fator positivo para o setor do agronegócio. Freitas justifica ao comparar os números do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os gaúchos vendiam 100 mil toneladas a mais que os vizinhos e, atualmente, estão com 300 mil a menos.

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Peso na economia

Tratando sobre Reindustrialização: o desafio brasileiro, Astor Milton Schmitt diz que o tema tem tudo a ver com a realidade da indústria nacional. Aponta, como executivo, a perda do espaço econômico nacional, reforçando suas causas, sem perder a oportunidade de destacar a relevância do setor.
“O processo será longo e penoso, exigindo persistência e resiliência. Levamos em torno de 40 anos para reduzir ao que temos hoje, em torno de 11%. Espero que não se leve 40 anos para recuperar o patamar em que estivemos”, diz.

O mercado está atento, atualmente, à indústria da transformação da proteína animal pela questão sanitária. “Essa é nossa maior preocupação, porque, até agora, nosso país é abastecedor natural dos outros, em função do nosso status sanitário livre de influenza aviária e de peste suína africana. Temos ameaça da influenza aviária, com casos de animais selvagens, não em produção comercial”, afirma.

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Com a experiência de décadas no setor industrial, destacando a atuação da empresa em 120 países, com R$ 16 bilhões de receita bruta, Astor Schmitt ressaltou alguns fatores que justificam o empobrecimento industrial brasileiro. Um deles é a carga tributária, que teve elevação de 13,8% do Produto Interno Bruto, em 1947, para 32,42% em 2014. A oneração de investimentos e a redução dos incentivos por parte do Estado fazem com que as dificuldades sejam acentuadas.

Schmitt traz como ações necessárias a criação de ambiente de negócios e segurança jurídica, meio ambiente e economia de baixo carbono e a questão da inovação.

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Relembre

A programação da 2ª Semana da Indústria de Santa Cruz do Sul começou na terça-feira, 23, com a realização do Workshop Projeto Gerir, organizado pela Gazeta Grupo de Comunicações, e com a presença do ex-governador Germano Rigotto, do presidente da Federasul, Rodrigo de Sousa Costa, e do deputado federal Heitor Schuch (PSB). Na quarta-feira, as atividades foram centralizadas no Hotel Águas Claras, com palestras sobre investimentos no mercado interno e câmbio, além do reforço sobre inovação e tecnologia na área empreendedora e a importância da aproximação entre os setores acadêmico e industrial. A conclusão foi com o Tá na Hora especial, realizado nesta quinta-feira.

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