Após um dia de atividades no centro da cidade, no espaço reservado à realização da Feira do Livro, patrono, escritor convidado e escritora homenageada protagonizaram na Câmara de Vereadores um momento de proximidade e troca de ideias com o público no Painel Literário que teve início as 19 horas com apresentação do Coral Municipal de Sobradinho.
O patrono da 24ª Feira do Livro, Índio Cândido, abriu a roda de conversa salientando sua biografia e explanando toda a trajetória percorrida para se tornar um escritor reconhecido diante de suas obras. Narrou fatos únicos de sua juventude como o parto que realizara dentro de um jipe em frente ao Hotel do Comércio quanto ainda atuava na farmácia da cidade. Lembrou da sua iniciativa na Universidade de Caxias do primeiro livro específico sobre o ramo da hotelaria, algo então raro e até inédito no a nível nacional. Disse ter plagiado João Paulo I ao dizer “sou um homem simples acostumado às coisas pequenas”, não gostar de exibição e exposição pessoal e de sua família. Anunciou um novo livro a ser lançado em breve com apresentação de Clara Luiza Montagner.
Giane Sebastiany deu sequência ao Painel agradecendo o convite dos organizadores da 24ª Feira do Livro e discorreu sobre pontos centrais das suas reflexões nos seus escritos. “Sim, sou feliz, não, não sou perfeita” afirmou ela, ressaltando que as emoções, num universo paralelo ao da rigidez do cotidiano, é o seu lugar preferido para fazer brotar o que escreve em suas produções literárias. “Preciso conversar muito comigo para depois conversar com as crianças” ressaltou Giana, quando discorreu a maneira como produz seus escritos. A escritora salientou ser uma tolice a busca da perfeição da existência onde se faz necessário uma aparência ideal de “vida perfeita, casa perfeita, carro perfeito” o que não abre espaço para a reflexão e encantamento com algo que nos acompanha diariamente: as imperfeições da vida. A felicidade se encontra tambem na incompletude e imperfeição cotidiana, que nos ensina a valorizar o que está diante de nós, o que diminuiu a angustia diante dos dias que passam.
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Já o escritor convidado Edson Botelho se disse emocionado com a recepção em Sobradinho. Atualmente residindo em Santa Cruz do Sul, explicou sua origem e suas raízes e se divertiu com o fato de que vir do Rio de Janeiro causa ótima impressão no povo do sul mas explicar que a Baixada Fluminense, seu local de morada anterior nada tem de tão atrativo como na imaginação popular de quem reside longe, tendo sido marcada tempos outrora pela criminalidade e insegurança. Botelho recitou poesias, discorreu sobre sua biografia, arguiu seu ponto de vista sobre a literatura e resumiu suas colocações com um provérbio: “O melhor lugar para morar é o abraço”. Disse ter predileção especial por Mário Quintana onde a poesia e o poeta se confundem, o poeta não morre, vira poesia, afirmou com entusiasmo. Encerrou salientando que a poesia é seu remédio, acalma seu cotidiano e acalenta os seus dias.
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