Chegamos ao final de semana do Dia dos Pais, ainda com o ambiente marcado pela pandemia. Já não mais com a mesma intensidade do ano passado, diante do avanço na vacinação, mas com o pano de fundo de insegurança e receio quanto a aglomerações. E, no entanto, o Dia dos Pais, assim como o Dia das Mães, inspira uma série de reflexões muito salutares e relevantes sobre os dias atuais, no contexto familiar e social.
Vive-se, no Brasil e no mundo (mas em especial no Brasil, essa terra na qual nos foi dado nascer e viver, ou que escolhemos para nos realizar enquanto pessoa), uma grande, tenebrosa crise no que concerne à educação. Se a sociedade já andava se preocupando com os rumos (ou, mais exatamente, com a perda de rumos) no processo de ensino-aprendizagem em todas as áreas, e mais ainda na formação humana, do conhecimento de si mesmo, isso só se multiplicou ou intensificou com a pandemia. Hoje, na vertigem (por assim dizer) entre ensinos híbrido e presencial, alunos e professores, em todos os níveis e estágios, viram o horizonte ficar muito nublado: o que ensinar; como ensinar; o que aprender; para que aprender; para que finalidade; por quanto tempo; em que ambiente; formação pessoal e/ou profissional; formar cidadãos ou formar consumidores; para que profissão, se parece que tudo se esfumaçou e funções ou cargos existentes até anteontem agora nos dizem que já nem existem.
Num cenário por demais complexo, marcado por infinitas variáveis, em que a educação na escola ou na universidade está em rápido processo de adequação, mais do que nunca se salienta o papel dos pais: do pai e da mãe. Eles sempre foram, por toda a existência humana, os primeiros mestres. Mas parece que agora, num mundo tão complexo e ameaçador, mais do que nunca o pai e a mãe se tornam “O” grande professor, o esteio, o exemplo em torno do qual, num núcleo familiar com tantos compromissos, os humanos do futuro serão educados. Bem por isso, com o papel e a luz que o pai representa e projeta, em casa e em sociedade, mais se salienta a responsabilidade de cada pai diante do destino dos filhos. Educar, hoje, mais do que nunca, se torna esforço familiar, de acolhimento, resguardo e guia ético, para filhos compreensivelmente inseguros e indecisos diante de um mundo que tanto muda, e muda tão rápido.
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Este é o ambiente altamente desafiador que os pais vivenciam, e neste contexto se comemora, neste domingo, o Dia dos Pais, com sentimentos e expectativas diversas, como mostra matéria especial nas páginas 16 e 17 desta edição. Que pais e filhos, que toda a família, com a serenidade também dos avós, possam construir, juntos, um lar pleno de valores humanos, e muito mais espirituais do que materiais. Se fizerem isso, por extensão, e ao natural, toda a sociedade será também marcada por mais afeto e ternura. Bom final de semana, e um feliz dia para todos os pais.
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