Trinta e dois anos após conquistar o título estadual contra a Sogipa, jogando pelo Corinthians, o professor Eleno Hausmann pôde comemorar nesta semana uma nova taça. No mesmo ginásio da final de 1983 e contra o mesmo adversário. Porém a sua posição desta vez foi a de torcedor, pois quem estava na quadra era seu filho, Augusto, de 18 anos. E a esperança é de que, como aquela importante conquista no começo dos anos 1980, o triunfo da jovem equipe represente uma nova fase de glórias ao basquete santa-cruzense.
Ao lado do filho campeão, destaque na final do Gaúcho Sub-19 de Basquete na última quarta-feira, Eleno relembra a importante taça conquistada pelo Corinthians em 1983. “Cheguei em Santa Cruz um ano antes do título para fazer faculdade de Educação Física. Nesta época o time estava há 25 anos sem vencer a competição. Fui chamado pelo técnico Gilmar Weis, que formou uma equipe forte e competitiva”, conta. O professor admite que no começo era muito fraco tecnicamente e apenas se destacava pelo seu esforço nos treinos. Logo, era reserva e pouco participou da campanha vitoriosa naquele ano. Ele seguiu no Tricolor até 1988, foi para São Paulo e mais tarde passou a dar aulas no Colégio Mauá
Diferente do pai, Augusto é um dos destaques da equipe campeã gaúcha em 2015. “Segui sempre envolvido com basquete, mesmo tendo parado de jogar no começo dos anos 90. Por sorte, meu filho e minha filha (Natália) entraram no esporte e hoje são destaques”, orgulha-se Eleno. Assim, o título conquistado pelo jovem nesta semana, de coincidência, só tem o adversário e o local. “Sempre tive a influência da família. Meu pai é professor e minha irmã joga nos Estados Unidos. Então, mesmo praticando outros esportes, como futebol e tênis, me dou bem mesmo é na quadra de basquete”, explica o garoto.
Publicidade
Augusto começou no basquete desde pequeno. Treinava duas vezes por semana com o pai e, por se destacar em torneios colegiais, foi chamado para o Corinthians em 2014. “Também era fraco tecnicamente, pois jogava pouco. Já tive uma melhora e neste ano me esforcei mais ainda”, relata. O Corinthians vinha de duas derrotas em finais para o Sogipa no sub-19. Agora, com o sobrenome Hausmann novamente em quadra, enfim venceu. “Entramos com mais vontade e confiança. Nosso time é melhor do que o deles taticamente e, com muito treino e foco, conseguimos ser campeões”, frisa.
Esperança de nova fase vitoriosa do basquete de Santa Cruz
Após a conquista de 1983, o Corinthians entrou em uma fase vitoriosa que, 11 anos depois, resultou no histórico título nacional. Hoje, a realidade é outra no esporte da cidade. Porém, a esperança de Eleno e Augusto Hausmann é que o troféu levantado na última quarta-feira represente uma retomada dos anos de ouro. “A tradição se mantém, pois 32 anos depois são os mesmos clubes disputando a final. Mas o basquete está fraco no Estado. Foram apenas três equipes na competição. Mesmo assim, o ginásio lotou para assistir à decisão e aquela emoção floresceu novamente”, observa Eleno.
Publicidade
Vendo de fora, o professor acredita que este título possa ser bem aproveitado, pois muito precisa ser feito pelo basquete na cidade. “O jogo mudou, está mais rápido, com mais força física e muita tática. Está bonito de ver e a cidade se contagia com isso”, analisa. Na finalíssima, 300 pessoas compareceram ao ginásio para apoiar, relembrando os bons tempos do “alçapão” tricolor. “Não precisamos pensar em grandes equipes com alto investimento. Esse time que temos aqui precisa apenas de um pouco de incentivo e alguns reforços para disputar na fase adulta”, aponta Eleno.
O objetivo pessoal de Augusto é jogar nos Estados Unidos, como a irmã Natália. Enquanto isso, continua no Corinthians e buscará novas conquistas. “Senti a força da torcida. Nasci em 1997, mas sempre ouço falar dos tempos em que o Poliesportivo lotava para ver basquete. Espero fazer parte disso”, projeta.
Publicidade
This website uses cookies.