Quando acordou pouca antes da meia-noite desta quarta-feira, 29, ouvindo gritos do lado de fora da casa, no interior de Passo do Sobrado, Hélio Elias da Rosa, 64 anos, disse à mulher para que permanecesse deitada. Ia descobrir o que estava acontecendo. Assim que distinguiu os pedidos de socorro, abriu a porta da residência e correu para ajudar. Em meio a neblina, viu um carro, estacionado sobre o gramado, com o capô aberto. Quem gritava era um jovem. “Me socorre! Vai queimar meu auto. O carro tá pegando fogo!”. O agricultor só percebeu que havia sido enganado quando foi rendido com um golpe no pescoço e uma arma foi apontada para sua cabeça.
Antes de compreender que se tratava de um assalto, o idoso correu até o galpão, que fica ao lado da casa, e pegou uma chave para soltar o cabo da bateria do veículo. Se aproximou do Santana verde e entregou a ferramenta ao rapaz. “Ele pegou a chave e atirou no capô”. Foi neste momento que outros três ladrões com revólveres apareceram. “Um deles me deu uma gravata e me colocaram uma arma na cabeça”, contou a vítima na tarde de ontem. “Não grita. Entrega o dinheiro e fica bem quietinho”, ordenaram.
Dali, dois deles seguiram na direção da residência. Assim que ingressaram na casa, invadiram o quarto onde estava Nair Brixius da Rosa, 35 anos, filha do casal. Quando tentou se levantar, ainda no escuro, foi golpeada na cabeça. A coronhada abriu um corte em sua testa. “Fica quieta, deitada ou te mato”, ameaçou um dos assaltantes. “Foi um pavor”. Enquanto três vasculhavam a moradia, outro permanecia com a arma apontada para o peito do fumicultor. Durante cerca de uma hora, as vítimas foram mantidas assim. “Nunca que eu ia desconfiar. Só pensei em ajudar”, lamentou o idoso.
Publicidade
“De vocês vou fazer picadinho”, ameaçavam
Como forma de assustar as vítimas, chegaram a ameaçar matar a família e atear fogo na casa. “De vocês vou fazer picadinho”, aterrorizava um dos bandidos. “Reviraram tudo. Deixaram tudo espalhado”, lembra o agricultor. Além de roubar objetos como uma televisão, telefones, um cobertor e uma motosserra, os criminosos beberam cerveja e comeram rapadura. “Graças a Deus estamos vivos”, Nair tenta se conformar. Devido ao ferimento na testa e nos pulsos, ela precisou ser encaminhada para atendimento médico.
LEIA MAIS NA EDIÇÃO DA GAZETA DO SUL
DESTA QUINTA-FEIRA
Publicidade
This website uses cookies.