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Economia

Pagamento parcelado de compras

Muita gente diz que, sem o parcelamento, não teria sido possível adquirir muitas coisas, desde uma geladeira mais moderna, passando pela televisão  de alta resolução, até bens de maior valor, como o carro ou a casa. Realmente, foi o crédito fácil que deu esta aparente  prosperidade que o Brasil experimentou durante alguns anos, mas  que, já em meados de 2014, começou a mostrar sinais de esgotamento.

Hoje, já seriam mais de 60 milhões de brasileiros inadimplentes, isto é, que estão devendo prestações há mais de três meses. Muitos, de repente perderam seu  emprego ou tiveram que  fechar seu negócio, não tendo mais receita para pagar suas prestações. Mas, muitos também, aproveitando o tempo das vacas gordas, extrapolaram, comprando alguma coisa em dez pagamentos aqui, outra em quinze pagamentos lá, além das prestações a perder de vista do carro e da casa, e, assim, com muitas prestações mensais, em algum momento, surgindo alguma despesa imprevista, isso poderia dar problemas.

Parcelar é uma boa e, em muitos casos, a única forma de adquirir um bem ou serviço que custa muito mais do que a renda disponível para pagá-lo. Isso pode acontecer não só com bens maiores, como a casa ou o carro, mas, também, para comprar um notebook novo, um pacote de viagens ou até contratar a realização de algum curso.

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Excluídas algumas situações mais urgentes ou inadiáveis  – a geladeira que estragou e, por já ter alguns anos de uso, seu conserto não vale a pena, recomendando que  se compre uma nova -, o ideal seria que a maioria das compras maiores fossem antecedidas pela poupança de valores para dar uma entrada maior ou até pagar o bem à vista. A DSOP Educação Financeira  prevê, em sua metodologia, quatro pilares, sendo dois deles  “sonhar” e  “poupar” (os outros dois são diagnosticar e orçar). Em sonhar, a pessoa ou a família estabelecem o que querem adquirir no curto prazo (até um ano), no médio (até dez anos) e no longo prazo (mais de dez anos). A partir desses sonhos que passam a ser objetivos a alcançar, pesquisa-se o valor que custam e, de acordo com o tempo em que pretendem realizá-los, calcula-se o valor que terão  que apartar, mensalmente, tão logo o salário ou a renda líquida entrem na conta do banco ou em dinheiro, no bolso. É claro que esses aportes terão que ser aplicados em algum produto financeiro para, além de proteger o dinheiro da perda de valor, devido à inflação, ter algum ganho. É muito provável que uma compra realizada com dinheiro na mão será bem mais vantajosa do que com parcelamento.

Existem casos em que não se deveria parcelar nunca. São as compras do dia a dia, como alimentos e produtos de limpeza. Ao  parcelar compras do mercado, por exemplo, a pessoa começa a criar uma bola de neve porque, no mês seguinte, vai ter que comprar tudo outra vez  e, então, o valor dessas compras se soma ao saldo anterior. Quer dizer, a tendência é que esse valor vá crescendo mensalmente, podendo chegar a um ponto  insustentável. Outro parcelamento “proibido”, pelos juros absurdos que carrega, é o da fatura do cartão de crédito. Pagar o mínimo e parcelar o saldo é ”suicídio”  financeiro. Já parcelamentos que dizem não embutir juros, quer dizer, o preço à vista é  igual ao financiado  – em muitas lojas, isso é inegociável -,  podem valer a pena, mas também exigem atenção pois, junto a outras prestações e gastos normais,  podem comprometer o orçamento. Além disso, é recomendável pesquisar o preço do produto porque, pode acontecer que em outra  loja o preço à vista daquele  produto seja menor.

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Na atual conjuntura da economia brasileira – de recessão -, além do imbróglio político que complica mais ainda a situação, com novos escândalos de corrupção frequentes,  todos já sabem que é preciso  economizar e, principalmente, evitar fazer compras para pagar em parcelas, mesmo que “jurem” serem sem juros.  O importante é observar aquela regrinha básica de não gastar mais do que se ganha o que já é um risco, também, porque qualquer gasto imprevisto ou fora da curva pode criar problemas. O ideal é sempre aportar um valor mensal para realizar um ou vários sonhos ou para, simplesmente, formar uma reserva financeira.

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