Pesquisadores do Instituto do Sono apontam que pacientes internados com Covid-19 podem apresentar distúrbios do sono como manifestação de estresse pós-traumático. Durante o período de internação, é comum a piora na qualidade do sono, já que ocorre atendimento médico em horários diversos, barulho e iluminação excessiva. E, após o retorno para casa, são relatados casos de pesadelos e dificuldades para retomar um sono sem fragmentação.
“O ciclo circadiano [espécie de relógio interno controlado pela luz] está interrompido. Então, manter um horário de dormir e acordar é fundamental para que o paciente possa ter melhora na recuperação”, aponta Priscila Kalil Morelhão, pesquisadora do Instituto do Sono. A definição de um horário para deitar faz parte do que se conhece como “higiene do sono”, que envolve uma série de regras para garantir uma noite reparadora.
“O sono é um comportamento essencial para a nossa vida. A gente precisa dormir para que os reparos musculares e reparos na memória ocorram. Se eu não tenho uma boa qualidade do sono, o meu sistema musculoesquelético pode ser afetado, pode ser, não necessariamente é, por atrofias musculares, além de questões como mau humor, ansiedade e depressão”, explica Priscila. Ela destaca que a boa qualidade do sono é fundamental para a recuperação completa de pacientes que tiveram Covid-19.
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A pesquisadora orienta que o ideal é buscar ajuda profissional para que sejam avaliadas as medidas necessárias em cada caso, mas algumas ações podem ajudar pacientes que já estejam num estágio de maior autonomia. Além de ter horário regular para deitar e acordar, é importante evitar estimulantes a partir do fim da tarde, como café. Atividades físicas também podem ajudar na regulação do sono. “Nós recomendamos não fazer essas atividades próximo do horário de dormir, porque pode ter aumento da adrenalina”.
A ingestão de bebidas alcóolicas também impacta na fragmentação do sono. Não é recomendado, ainda, o uso de eletrônicos, como televisão e celular, antes de dormir. “Todas essas medidas são importantes para que ele possa ter uma melhora da qualidade do sono e consequentemente uma melhor recuperação”, afirma a pesquisadora. Em paralelo a essas medidas, profissionais de fisioterapia podem avaliar a necessidade de exercícios motores e cardiorrespiratórios.
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