Se tem alguém esperto, que está sempre em evidência e sabe, bem, reverter toda esta exposição para angariar “rios” de capital para si e para os que o cercam, este alguém é Ozzy Osbourne, 71 anos de pura adrenalina (e aspirina!). Do protagonismo de um reality show em família – o hilariante The Osbournes – até questões ligadas a sua saúde – já esteve muito próximo de passar desta (inclusive hipoteticamente falando) uma meia dúzia de vezes – o velho e bom Ozzy se mantém firme e forte como um ataúde de carvalho, daqueles que não envergam nunca.
Sua imagem, atualmente, está vinculada a três acontecimentos distintos: a convivência forçada com o mal de Parkinson, os 50 anos do heavy metal e o lançamento de um novo disco sem a participação de seus companheiros do Black Sabbath, o Ordinary Man. Um fato destes, isolado, já renderia o suficiente para repô-lo na vitrine da qual ele nunca saiu. Os três juntos então…
Não é de hoje que assistir a um show de Ozzy, ao vivo, é quase como ver a uma caricatura dele mesmo, arrastando-se pelo palco, embora, em alguns momentos ele parece esquecer-se de sua senilidade e se transforma, com incrível vitalidade, naquele garoto “das antigas” que inventou o heavy metal, há exatos 50 anos. E assim fica, nesta alternância do velho com o novo, até o fim do espetáculo. Arrasta-se e dá os seus pulinhos, de uma forma bastante convincente. No próprio reality ele dá clara demonstrações dessas suas duas facetas, o adolescente que a tudo contraria e o velhinho que só quer saber de sua poltrona preferida.
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No começo deste ano ele revelou que tem a doença de Parkinson e foi ela que causou uma queda, em casa, no final do ano passado, prejudicando o pescoço. E o sistema nervoso. Chegou a cancelar a turnê que faria pela Europa. É, 2019 não foi fácil para o velho “comedor de morcegos”: uma pneumonia, uma gripe e uma infecção nas mãos, além de uma série de cirurgias na coluna.
“Foi o ano mais longo, miserável, doloroso e horrível da minha vida”, ele comentou em entrevista para Good Morning America. Mas agora ele está feliz, pela lembrança dos 50 anos do heavy metal criado por sua banda, o Black Sabbath por intermédio do primeiro álbum, homônimo, e, muito especialmente, pelo lançamento de mais um disco solo, o primeiro depois de um silêncio de uma década, desde Scream (2010). O disco, pela Epic Records, nos chegou após o lançamento de quatro novas músicas: Under the Graveyard, Ordinary Man, Straight to Hell e It’s a Raid. Juntas elas totalizam quase 30 milhões de streams na internet, com números similares em termos de visualizações dos clipes. Gravado em Los Angeles, conta com uma superbanda de apoio: Andrew Watt na guitarra, Duff McKagan (do Guns) no baixo e Chad Smith (do Red Hot) na bateria. E mais as participações especiais de Elton John, na faixa-título, Slash e Tom Morello.
Se o Ozzy fez história pelos mais variados motivos, duas coisas nós não podemos negar: ele é persistente, resistente e, apesar de meio destrambelhado, muito, muito talentoso. Vida longa para ele.
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