Os migrantes que atravessam a Bulgária quando se dirigem para a Europa ocidental são alvo de violência, ameaças e até ataques de cães da polícia, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira, 13, pela organização contra a pobreza Oxfam.
O documento, baseado em entrevistas feitas com mais de 100 migrantes que chegaram à Sérvia procedentes da Bulgária, mostra que eles sofreram “extorsão, roubo, violência física, uso de armas, ameaças de deportação e ataques de cães da polícia”. A maioria disse ter sido maltratada por policiais de guarda da fronteira, no Sudeste do país com a Turquia, mas alguns também se queixaram de autoridades em centros de acolhimento.
“Os maus-tratos a pessoas que fogem de conflitos e da pobreza são totalmente inaceitáveis, sobretudo em um Estado-Membro da União Europeia (UE)”, disse Nikolina Milic, do Centro para os Direitos Humanos de Belgrado, que coordenou a pesquisa para a Oxfam.
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“Pedimos uma investigação independente sobre os incidentes na Bulgária e apelamos ao governo búlgaro para condenar esses abusos dos direitos humanos o mais firmemente possível”, acrescentou. O caminho pela Bulgária evita a perigosa passagem marítima entre a Turquia e as ilhas gregas, mas o país mais pobre da UE instalou uma barreira de arame farpado de 30 quilômetros (km) e pôs mais de 1.000 policiais na fronteira de 260 km para evitar o trânsito de migrantes.
Questionada sobre as acusações, uma porta-voz do Ministério do Interior da Bulgária disse à agência France Press que não comentaria o assunto. Avgustina Videva, representante da agência para os refugiados da Bulgária, afirmou que não há qualquer sinal de abuso nos centros de acolhimento.
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