O Pêndulo cochicha-me que hoje é aniversário de Hillary Clinton. E do compositor Belchior: nota dez da MPB. Também Dia do Construtor Civil: de tantas selvas de pedra – que contêm corações de carne – chamadas megalópoles.

Gosto da candidata norte-americana. De sua proposta decente em um país de tantos conflitos. Mulher de bem. Olhos nos olhos; vontade de um tempo e compasso melhores.

Aprecio demais a obra de Belchior das letras e melodias. Sensível, discreto, cultíssimo e apaixonado. O cearense de Sobral nascido Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes dobra 70 badaladas no Sino da Vida. Parabéns ao amigo de inesquecíveis sucessos. Por onde andará, agora?!

Faz sete anos que embarcou em uma aventura misteriosa digna de Conan Doyle e Agatha Christie. Navega por mares incompreensíveis para quem não imagina o outro. Foram nessas águas que nos encontramos. Reconheci-o. Entre os inesquecíveis. Sei lá quantas vezes pedi para o Belchior cantar Paralelas… 

Em um quinze de outubro, dia de santa Teresa, minha padroeira, recebi do compositor o presente de uma poesia da bem-aventurada espanhola. Toda em letras góticas… Coisa de monges, copiada pelo artista do Brasil que assinou o próprio nome. Deixei-a para trás. Testemunhando outros pedaços de minha biografia.  O “mosaico multicolorido”, conforme salienta nossa amada Madre Paula de Deus.
 
Quinze de outubro – agorinha – na capela Santa Helena, do Hospital Santa Cruz, lembrei-me de Belchior e seus anseios.  Ao consagrar-me, para sempre, como Esposa do Verbo. Da Palavra. Da promessa. Eternamente estabilizada em Santa Cruz do Sul.  

Depois de árdua travessia na noite escura. Flagrava-me a repetir, em minha impotência ardida, o Soneto da Separação de Vinícius de Moraes. Tudo misturado, feito aquarela na chuva. “De repente, do riso fez-se o pranto… Fez-se da vida uma aventura errante… Do amigo próximo o distante… De repente, não mais que de repente”. 

Só que de repente, voltou a fazer tempo bom. O Sol a enxugar o pranto. Na terra de Santa Cruz. Graças à escuta do Espírito. E à Misericórdia de Deus e de seus servidores. Graças a dois Aloísios.  Aloísio Sinésio Bohn e Aloísio Dilli. E a tantos Filhos e Filhas de Deus. Pergentino Pivatto, Roque Hammes, Loreno Konzen, Paulo Krindges, Marlene Gomes, Helena Burin… 

Graças à minha Formadora. Madre Paula. Flashes de minha vida são narrados no mais recente livro, A Cruz, a espada e o agogô. Pela editora Metanoia, do Rio. Lançamento nacional em novembro. Dia 18, em São Paulo, na USP.  Ano que vem no Rio Grande… Coisas do Pêndulo do Relógio! Tic-Tac…