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Outros carnavais

Estamos em pleno período de Carnaval, de feriado que não é feriado oficial, de festa que não se restringe ao dia que lhe é dedicado (a terça-feira de Carnaval), que se introjetou na cultura do País como uma de suas expressões mais fortes e que, de uma forma ou outra, atinge a todos, em todas as partes, do Oiapoque ao Chuí.

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É, na verdade, festa popular antiga, que veio ao Brasil por meio dos portugueses, havendo referências à sua manifestação em tempos distantes e à origem duvidosa do nome. Entre as mais referidas, está a do latim “carne vale”, ou “adeus à carne”, que seria uma “despedida da carne” antes dos dias que tradicionalmente a Igreja dedica à Quaresma, um período de jejum em que seu consumo deveria ser restringido. Mas, pelo visto nos dias atuais, essa restrição religiosa esmaeceu em muito, funcionando, por vezes, mais no campo econômico, em razão dos altos preços.

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A festa é propalada como “a diversão mais democrática”, que envolve a participação de todas as camadas da população. E é tão democrática que hoje, diante da “humanização” crescente da população “pet”, já se anuncia até “Carnaval no Cachorródromo”. Há também o envolvimento de profissionais das mais diversas áreas, desde educadores físicos, nutricionistas e até neurocientistas, oferecendo dicas para “curtir melhor” estes momentos de alegria e fantasia.

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Em nossa terra da Santa Cruz, a mobilização em torno da festa está intensa, com a oficial “Santa Folia”, que traz novos e fortes movimentos ao ar livre, com um “Bailinho” se transformando em “Bailão” em plena rua, com o trio elétrico se associando às bandas e o desfile de rua retornando. Faz lembrar de outros carnavais em que desfilavam também os blocos do Centro e mesmo do Interior, com espaço inclusive para o Bloco e Escola de Samba 2001 de Monte Alverne, no qual este improvisado folião tentava ensaiar alguns passos, lá pelo final da década de 1970.

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Com um samba-enredo composto pelo conterrâneo “Schwarze Cláudio”, que tinha o simples refrão de “Sem samba, sem samba, não dá”, não escapávamos da “pegação no pé” por causa de pronúncias denunciando o sotaque alemão, da dureza nas evoluções e dos trajes comportados. Mas procurávamos atender da melhor forma possível ao convite de participar da programação oficial, que se estendia depois aos salões da Secma e outros da região, com comportados “trenzinhos da alegria” ao som das tradicionais marchinhas (“Oh, jardineira, por que estás tão triste…”, e tantas outras).

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Há quem diga que houve perda de encanto, com menos evoluções nos salões e ao comando desse tipo de músicas, mas nos eventos oficiais vê-se novamente o sucesso das marchinhas e, como levantou a área de direitos autorais, elas continuariam sendo as mais tocadas nos festejos momescos. O certo é que o costume se mantém firme e o “Alá-lá-ô” tem lugar também na terra do “Prosit”, saudando-se as grandes e ordeiras manifestações no Centro e a manutenção dos limites. Aqui não custa lembrar que se poupe os belos canteiros de flores, e o controle é sempre indicado nos “impulsos carnais” aflorados nestas horas, tendo presente que a alegria exterior é ainda melhor quando também é interior.

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