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HELOÍSA CORRÊA

Outra enxurrada, a de informações

O dia 30 de abril de 2024 vai se tornar – ou já se tornou – um novo marco temporal. As pessoas vão começar a indicar acontecimentos com termos como “foi antes da enchente” ou “logo depois da enchente”. Não será raro ouvir por aí, nos próximos tempos, o que cada um estava fazendo quando soube que o Rio Pardinho alagou vias e arrastou casas, destruindo sonhos e vidas.

Acredito que Santa Cruz do Sul tenha sido um dos primeiros municípios em que a enchente se tornou uma realidade. Logo também chegaram relatos de Sinimbu, Candelária, Venâncio Aires… Aos poucos, toda a região foi sendo inundada, nos dando a proporção real da destruição causada pela força das águas naquela trágica terça-feira.

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E – me perdoem a má comparação – nós aqui na Redação Integrada também fomos sendo arrastados pela enxurrada, só que a outra, a de informações. Em dias normais, o contato com nossos leitores, via WhatsApp, já é muito intenso. Naquele dia se tornou absurdo. O público entrou em contato conosco para informar, questionar e, sobretudo, pedir ajuda. Não demos conta de responder a todos que nos procuraram.

A organização do dia foi por água abaixo. O fluxo de informações estava muito intenso, exigindo uma mobilização extra. As coisas iam se sobrepondo e a gente trabalhando em um sistema de urgência e emergência. Eram muitas as situações que precisavam ser checadas: estradas interditadas, bairros sem água, regiões com necessidade de evacuação, e por aí foi. Um ritmo frenético de trabalho que durou, pelo menos, uma semana.

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Nossa primeira preocupação foi, de fato, assumir o papel que a comunidade de Santa Cruz e região há muito conferiu ao Gaz: o de prestação de serviço. Informamos rotas possíveis entre os municípios, números de contato com a Defesa Civil, atualizações incessantes sobre as áreas mais atingidas. Depois, foi hora de auxiliar com orientações aos voluntários, tão logo a imensa mobilização solidária começou. Nos últimos dias, passado o desespero dos resgates, não nos furtamos de dar voz aos atingidos, valorizando as histórias devastadas pela água barrenta.

Ao passo em que as coisas começam a se encaixar novamente, pessoas iniciam a volta para casa e, por aqui, começamos a avaliar a cobertura que desenvolvemos. Assim como toda a comunidade foi pega de surpresa, nós também não estávamos preparados para tal situação. Usamos as ferramentas que tínhamos, inovamos no que foi possível e não paramos enquanto não sentíamos que nossa missão havia sido cumprida. Dia após dia, sem hora para começar ou terminar.

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Foi uma cobertura desgastante, física e emocionalmente. Não é fácil ver e contar a tristeza vivida pelas famílias, mas entendemos que o trabalho é necessário. Para que a sociedade possa entender causas e consequências, onde estamos e para onde vamos.

Jornalismo é registro histórico. É para nunca mais esquecer. O Portal Gaz assumiu o protagonismo que o jornalismo hiperlocal exige em uma situação como essa, vivendo o problema de dentro e levando informação séria e de qualidade para muito longe.

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