A situação é grave no mundo e no País. Por isso, exige a compreensão de todos. A disposição para transigir, ceder e sugerir é a essência da democracia e a gênese da civilização. Ouvir a todos é pressuposto fundamental na busca de soluções para momentos excepcionais como este que vivemos.
No turbilhão de opiniões conflitantes, é preciso bom senso para adotar medidas justas que signifiquem equilíbrio de sacrifícios. A partir desse pressuposto, compreendo a postura dos prefeitos Brasil afora e particularmente no RS. Nasci num pequeno município do Vale do Taquari, onde meu pai foi vereador, e conheço a realidade das comunidades que lutam pela sobrevivência.
Existe um comportamento injusto de alguns segmentos da opinião pública ao analisar a ação de líderes do interior gaúcho, inclusive com qualificativos ofensivos. Buscar a retomada de parte das atividades produtivas não é somente o atendimento dos anseios da população, mas uma questão fundamental para sustentar os serviços básicos como saúde, educação e infraestrutura, em especial as estradas.
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É inacreditável, mas somente cerca de 17% de tudo que é arrecadado permanece no município, de onde vem a riqueza do Brasil. Estados e a União abocanham a maior parcela dos recursos que faltam na manutenção das pequenas cidades.
O prefeito é o “pai de todos”. Quando há necesidade de uma ambulância para remoções ou socorro, socorro em enchentes e vendavais ou ainda um medicamento para os carentes, ele é demandado. A população bate à sua porta durante a madrugada e, aos domingos, interpela-o nas ruas e na igreja, cobrando soluções urgentes.
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Manter saudáveis as finanças municipais é um desafio diário que demanda coragem, criatividade e liderança. Preservar a vida é uma obviedade, mas que deve vir acompanhada de planejamento a médio e longo prazos que inclui a sustentabilidade da comunidade e de seus cidadãos.
Os prefeitos não exigem abertura ampla e irrestrita porque têm consciência da necessidade de medidas preventivas. Sabem, também, que a saúde mental de seus concidadãos não prescinde do trabalho para viabilizar a sobrevivência e conseguir retomar o ânimo de viver.
Simplesmente condenar as lideranças municipais é, além de covarde, injusto e parcial porque ignora a realidade das comunidades do interior, onde é gerada a maior parcela dos recursos que sustentam a máquina pública. É de lá, também, que vem a comida que nos mantêm alimentados e vivos.
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