No fim de semana ocorreu o 1º Festival de Balonismo e Manobras Radicais em Santa Cruz do Sul, mais um evento que se agrega às tantas atrações no Parque da Oktoberfest. A poucos metros dali, em um ano e meio provavelmente, a cidade terá o Mercado Público Gastronômico e Cultural. Ao lado já funciona a Biblioteca Pública Municipal Professora Elisa Gil Borowski e a Praça da Cultura José Rauber Filho e, no outro lado da rua, o Monumento do Imigrante. Mas há uma quadra vizinha desses locais que contraria todo o movimento de boa ocupação dos lugares do Centro: a área do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer).
A quadra entre as ruas João Pessoa, Tenente Coronel Brito e Galvão Costa há muitos anos é subutilizada. Ela deixou de ter a funcionalidade plena à medida que o Daer foi sendo sucateado. Apesar da boa aparência, com a limpeza e o corte da grama, basta passar ao lado para ver os pavilhões quase vazios e com os vidros das janelas quebrados. Claro, não dá para ignorar a importância de alguns órgãos que funcionam em parte da área, como a Fepam, Inspetoria de Defesa Agropecuária do Estado e 6ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas.
A retomada da área do Daer virou mais uma das novelas mexicanas, como escrevi nesta coluna há duas semanas. Aliás, o empresário Flávio Haas foi oportuno em lembrar desse local como mais um dos tantos projetos que não evoluem na região. A volta daquele espaço ao município estava entre os focos do Projeto Santa Cruz Novos Rumos há alguns anos. Mas até hoje não há sinal concreto para a efetivação. Fica difícil entender como o Estado mantém em seu poder área tão nobre e subutilizada, enquanto se desfaz de uma série de outros patrimônios.
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A quadra praticamente toda abriga a 3ª Superintendência Regional do Daer. Mas pouquíssimo restou do aparato de máquinas existente há algumas décadas. Em 2014, o então coordenador da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Paulo Augusto Gomes, apresentou um plano de construção de um prédio para sediar todos os serviços do órgão em parte da área do Daer. O documento, em elaboração na época pela Secretaria de Obras Públicas, pelo jeito, foi engavetado e até hoje o Estado desembolsa um bom dinheiro para pagar o aluguel para abrigar a estrutura na cidade – na época era R$ 5,3 mil por mês.
Até se entenderia a manutenção da área do Daer pelo Estado se houvesse um plano de melhor ocupação. Além da 13ª CRS em salas alugadas, a unidade da Universidade do Estado do Rio Grande do Sul (Uergs) na cidade vive a indefinição sobre o local de funcionamento, por exemplo. Mas jamais se viu algum projeto nesse sentido e a retomada da área por parte do município esbarra em uma série de empecilhos burocráticos. E se houver a transferência, os serviços que hoje funcionam na área podem perfeitamente mudarem para outro local na cidade ou, até mesmo, haver a permanência, pois ocupam uma pequena parte do terreno.
Em uma cidade que caminha para ocupar melhor os espaços urbanos, seja para serviços ou para lazer, não dá para manter uma ilha em área tão nobre. Demandas como esta, e outras que se arrastam há anos, precisam entrar no foco de luta de todas as principais entidades representativas. Prefeitura, Assemp, ACI, Sindilojas, CDL e demais organizações devem se unir para ter mais força nessa reivindicação para viabilizar um projeto mais funcional e em harmonia com a atual estrutura do Centro.
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