A vindima da atual safra na Serra Gaúcha começou muito bem para os vinhos brancos e para os tintos leves (Pinot Noir e Gamay). A colheita iniciou em dezembro e foi encerrada ainda em janeiro, e estas uvas darão vida a espumantes e vinhos brancos tranquilos. Os produtores estão muito satisfeitos com a qualidade, sendo que a safra de espumantes projeta ser a melhor da história deste borbulhante na região.
Para os vinhos tintos – caso em que a colheita da uva acontece a partir do fim de fevereiro em algumas variedades, indo até metade de março para outras – o clima é que vai influenciar nesses últimos momentos de maturação da uva. Ou seja, se houver chuva em excesso nas próximas semanas, poderá comprometer a sanidade ou a qualidade do fruto, perdendo um pouco a qualidade.
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Se não houver chuva ou ocorrer em pequena quantidade, a tendência é que também a safra 2021 dos tintos gaúchos tenha uma boa chance de continuar no mesmo nível qualitativo da safra 2020, que foi considerada a “safra das safras” do vinho brasileiro. Conversando com os viticultores percebeu-se entusiasmo com as uvas brancas colhidas e certa preocupação com relação ao clima, na espera da colheita das tintas.
Marco Salton, enólogo e sócio da Vinícola Valmarino, de Pinto Bandeira comentou que a safra está muito boa para as brancas e que a sua casta de maior visibilidade e reconhecimento, a Cabernet Franc, será colhida somente mais tarde. Ele está “de olho no clima” dos próximos dias.
A Valmarino terá novidades em breve: uma nova linha Gran Reserva está amadurecendo nas barricas de carvalho e possivelmente já no ano que vem irá ao mercado com produção limitada de garrafas. E novamente a estrela da vez será o vinho elaborado com a Cabernet Franc. A Vinícola Geisse, também de Pinto Bandeira, já está com a colheita de Chardonnay e Pinot Noir fermentando nos tanques que servirão de base aos espumantes, que são a marca registrada da casa.
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O enólogo Carlos Abarzua está eufórico com a safra, pois as uvas colhidas estão com qualidade ímpar e acima do que fora apresentado nos últimos anos. Com franco crescimento nas vendas em 2020 (principalmente no seu e-commerce, que teve um significativo avanço), a Geisse investiu na aquisição de mais 12 hectares com plantio de vinhedos que, no próximo ano, já estarão produzindo seus primeiros espumantes. “O terroir da nova área, bem próximo da atual, é praticamente o mesmo. Estamos entusiasmados com a produção que virá de lá”, atestou Abarzua.
Além disso, a vinícola investiu forte no enoturismo e na estrutura receptiva ao turista e consumidor. Nos fins de semana, chega a receber quase mil pessoas no Geisse Open Lounge, espaço de lazer ao ar livre dedicado à degustação de espumantes e quitutes. Também oferece a possibilidade de visitação técnica e guiada aos vinhedos e à produção.
Em Garibaldi, o enólogo Gilberto Pedrucci, da Casa Pedrucci – especializada em espumantes –, também se mostra empolgado com a safra. “Tem semanas que chego a dormir na vinícola para acompanhar a produção dos espumantes. Pelo que vi até agora, a safra será espetacular”, afirma. O espumante Casa Pedrucci Millésime Brut 2018 cravou 93 pontos no guia Adega Brasil, sendo eleito o melhor espumante brasileiro entre os rótulos inscritos.
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No Vale dos Vinhedos o andamento da safra deste ano corre da mesma forma que nos vizinhos produtores. Flávio Pizzato, enólogo da Pizzato Vinhas e Vinhos, está satisfeito com a qualidade das uvas brancas já colhidas e já em processo de fermentação para base de espumante e para o seus vinhos brancos. Ele também está ansioso, como os demais proprietários e produtores da Serra, pelas próximas semanas que estão por vir, cruciais para as uvas tintas.
A Pizzato possui duas áreas com videiras, uma no Vale dos Vinhedos e outra no município de Dois Lajeados, totalizando uma produção média anual de 250 mil garrafas de vinhos finos. “Estamos ampliando a parte de produção e estocagem da vinícola, pois muito em breve aumentaremos a capacidade, dando mais um passo no sentido de volumes mais expressivos de produção”, comentou. Durante a vindima, a Pizzato oportuniza ao seu visitante, mediante agendamento prévio, uma degustação harmonizada de espumantes, brancos e tintos com queijos e charcutaria selecionada e acompanhada pela equipe da vinícola.
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Uma boa parte das vinícolas da Serra possui programações no período da vindima, com atividades que vão desde a pisa das uvas até passeios guiados, exigindo apenas agendamento prévio e oportunizando ao visitante conhecer o que está por vir nesta nova safra.
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O vinho comentado desta semana é o Pizzato Merlot de Merlots Reserva 2018, elaborado pela vinícola homônima no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. Trata-se de um vinho muito elegante e pronto para beber agora! Possui coloração rubi muito brilhante e intensa, com lágrimas preguiçosas que se agarram à taça. Seu aroma inunda as narinas, trazendo frutas vermelhas e negras frescas (amoras, ameixas e mirtilos), leve tostado oriundo da passagem em barrica, coco, baunilha e toque terroso. Em boca, um vinho bem equilibrado, com taninos suaves e redondos, elegante e fácil de beber. Fruta, madeira e álcool bem integrados, com amplo final e excelente retrogosto.
Cada gole pede um novo gole! Ótimo para ser degustado sem a companhia de nenhum alimento, mas também casa bem com cortes de carne vermelha, cordeiro, algumas massas e alguns risotos, legumes grelhados e queijos de média cura.
Este vinho estagia por quase um ano em barricas de carvalho de 1º e 2º uso. Possui 13,5% de graduação alcoólica e o ideal é ser degustado na temperatura de 16 a 18 graus.
E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA!
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