ads1
GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Oscilação no Rio Grande do Sul, calor extremo na Europa: o que causa tantas variações nas temperaturas?

Mudanças bruscas de temperatura vêm atingindo o Rio Grande do Sul nas últimas semanas. O chamado “veranico” veio com força em pleno julho e as marcas chegaram a 30 graus em alguns municípios gaúchos. Em Santa Cruz do Sul, termômetros marcaram 27 graus na tarde dessa terça-feira, 26. A meteorologista Estael Sias, da MetSul, detalha que há dias a região está sob influência do vento norte, que traz ar mais quente das regiões tropicais em direção ao Rio Grande do Sul. “Isso tem propiciado um bloqueio atmosférico com vários dias de sol – tempo mais aberto – e esse aquecimento, com a temperatura mínima e a máxima acima do normal, trazendo essa sensação de abafamento.”

A temperatura deve oscilar mais ainda entre esta quinta-feira, 28, e sexta-feira, 29. “Teremos a chegada de uma frente fria, que é a chuva que fica entre o ar quente e o ar frio. Mas como é o ar frio que determina o movimento da instabilidade, chamamos de frente fria. Então, primeiro vai ter chuva, até com risco de algum temporal, e vento da tarde para a noite de quinta-feira no Vale do Rio Pardo. Logo começa a despencar a temperatura”, explica Estael.

Publicidade

LEIA TAMBÉM: Sol ou chuva? Confira a previsão do tempo para esta semana

Publicidade

Segundo a meteorologista, o padrão de temperatura desta quinta para sexta mudará muito. A perspectiva é de uma sexta-feira de tempo instável e frio durante todo o dia. “A temperatura fica abaixo desde cedo. O que os modelos estão indicando é 27 ou 28 graus na tarde de quinta antes da chuva avançar. Na sexta-feira à tarde, a temperatura fica na casa de 13 a 14 graus e com vento sul. Ou seja, uma queda no termômetro de 12 a 13 graus. Mas, sob a ação do vento gelado do quadrante Sul, a sensação térmica será até menor”, completa.

Cenário de temperatura alta e seca pode se repetir no Estado

A Europa Ocidental viveu, principalmente na semana passada, uma excepcional onda de calor que quebrou recordes em diversos lugares. Portugal, por exemplo, teve a maior temperatura da história, com 47 graus. As marcas superaram os 45 em diversos locais da Espanha. A França também quebrou recordes. Mas, afinal, isso seria um indicativo de que o próximo verão no Sul do Brasil será de calor extremo? 

Publicidade

LEIA TAMBÉM: Confira dicas para evitar que frio afete o sono no inverno

Publicidade

Segundo a meteorologista Estael Sias, o que está acontecendo no continente europeu lembra algo que ocorreu no verão gaúcho. “O calor extremo, persistente e desconfortável se deve à estiagem, que deixou os rios secos e o solo muito ressecado. Todo esse cenário, que foi construído em longo prazo com a falta de chuva em partes da Europa, é semelhante ao que aconteceu em janeiro deste ano entre a Argentina, o Uruguai e o Rio Grande do Sul.”

De acordo com Estael, o verão gaúcho, a princípio, terá influência do fenômeno climático La Niña. Isso pode, novamente, compor uma situação de estiagem. “Isto é, um cenário parecido com o verão passado, que deve trazer um período de verão extremo. Não necessariamente porque a Europa está passando por isso, a gente vai passar, mas está dentro de um cenário de repetição”, acrescenta.

Publicidade

LEIA TAMBÉM: Safra deve fechar em 569,5 mil toneladas no Sul

Publicidade

Nayla Uchôa, natural do Ceará, trabalha com educação ambiental em Portugal | Foto: Arquivo pessoal

Em Portugal, incêndios e produção agrícola escassa

A bióloga Nayla Uchôa, de 34 anos, mora em Bragança, cidade situada no Nordeste de Portugal, na sub-região de Terras de Trás-os-Montes. O local, próximo à fronteira com a Espanha, é uma das zonas mais quentes e onde foram registrados inúmeros incêndios. Natural de Fortaleza, Ceará, ela conta que este foi o pior verão que já vivenciou. 

Conforme Nayla, em Fortaleza, o calor é intenso e extremo. As temperaturas chegam aos 30 graus e, no verão, as chuvas trazem alívio. “Fortaleza tem 3 mil horas de sol por ano. Não é um clima muito fácil, mas há vegetação de mangue e um litoral ventoso que alivia a pressão do calor.”

Publicidade
Publicidade

© 2021 Gazeta