Oscar Schmidt foi atração na quarta edição da Convenção Regional da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Cruz do Sul nesta terça-feira, 21. Antes do evento, o astro mundial do basquete conversou com os jornalistas em um bate-papo na sala da Associação de Entidades Empresariais (Assemp), no Pavilhão Central do Parque da Oktoberfest.
Ex-atleta de 65 anos, o potiguar de 2,05 metros é o maior pontuador na história do basquete, com 49.737 pontos. Teve a maior façanha da carreira ao liderar a virada da Seleção Brasileira diante do poderoso Estados Unidos na final do Pan-Americano de Indianapolis, com um placar final de 120 a 115. Foi a primeira derrota norte-americana em casa. A partir disso, a Federação Internacional de Basquete (Fiba) mudou as regras e passou a permitir a presença de atletas da NBA em competições internacionais.
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Apesar disso, o ‘Mão-Santa’ conta um fracasso que não esquece jamais: o erro no arremesso decisivo na partida contra a União Soviética nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988. O jogo terminou 110 a 105 para os soviéticos e minou com a chance de medalha para a melhor geração já vista no basquete masculino brasileiro.
Em clubes, Oscar passou por Palmeiras e Sírio, quando recebeu as primeiras oportunidades na Seleção Brasileira e conquistou o bronze no Mundial de 1978, disputado nas Filipinas. Depois foram 11 temporadas na Itália, tornando-se ídolo no Juvecaserta e Pavia. Na Espanha, foram dois anos no Forum Valladolid. Na volta ao Brasil, atuou por Corinthians, Bandeirantes, Mackenzie e Flamengo, até encerrar a carreira em 2003. Em 2022, Oscar venceu uma batalha de 11 anos contra um câncer no cérebro. Ele faz parte do Hall da Fama da Fiba, dos Estados Unidos e da Itália.
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Importância do trabalho duro
“São muitas histórias. O que me orgulho é de ter sido sempre o primeiro a chegar e o último a sair, até quando parei, aos 45 anos. Valeu a pena. Às vezes, fico assustado quando sento na minha sala de troféus e fico observando. Foi uma carreira boa.”
Relação com o Corinthians de Santa Cruz do Sul
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“Vocês foram felizes de ter o Ary Vidal. Conquistaram o Brasileiro em 1994. A final que eu tive contra em 1996 foi das minhas conquistas mais brilhantes. Perdemos o primeiro jogo e depois ganhamos os outros três. Eu estava voltando ao Brasil e nem imaginava conquistar aquele título.”
Olimpíada de Seul
“Se eu acerto o último arremesso, o Ary Vidal continua com a gente e seríamos campeões olímpicos. Aquilo me impediu de ter o maior título. Deveria ser proibido que o jogador bom erre um último arremesso. É o maior horror que eu tenho na vida. Única coisa que eu me arrependo.”
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Percepção em relação ao basquete
“Eu acompanho os jogos pela televisão. O basquete não mudou, mas o perfil dos atletas se modificou. Eu recusei a NBA para jogar na Seleção Brasileira. Atualmente, os garotos não pensam duas vezes. Há exceções, como o Yago. Ele tem essa vontade. Alguns jogam pela Seleção para passar o tempo. Eu fazia de tudo para jogar. Esperava pelas convocações.”
Hall da Fama
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“Aquilo foi demais. Recebi a notícia quando estava dirigindo em Orlando. Minha perna tremeu. Para o dia da cerimônia, escrevi o nome de entidades e pessoas em um papel. O Gary Payton (ex-jogador norte-americano de basquete) chegou com um iPad. Mas foi um sucesso. Adorei ter feito o discurso. Utilizei minha experiência de palestrante.”
Formação de atletas
“Dias atrás, encontrei um empacotador de 2 metros em um supermercado. Ele disse que nunca havia tido chances para jogar basquete. Falei que ele deveria ter procurado. Já estava com 20 anos. Basta colocar um cara em uma comunidade. Quando encontrar um cara grande, dá essa oportunidade. Isso é o que falta para revelar talentos.”
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