A cerimônia de entrega do Oscar 2021 foi realizada na noite desse domingo, 25. Com a pandemia de coronavírus, que obrigou o mundo a adotar o isolamento social, o setor cultural teve de se adaptar rapidamente, como foi o caso das premiações. O Oscar não ficou de fora dessa nova ordem e precisou abrir mão do ritual que antecede a grande festa do cinema, como o tapete vermelho.
Dessa vez, a cerimônia foi híbrida e com transmissão de vários locais, como o tradicional Dolby Theatre e também a Estação Ferroviária Central de Los Angeles. Alguns dos favoritos levaram as estatuetas para casa, como Nomadland, que recebeu o Oscar de melhor filme.
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MELHOR FILME: Nomadland
Nomaland, como era esperado, levou a estatueta de melhor filme. A diretora da obra, Chloé Zhao, agradeceu à comunidade nômade que participa do filme. Frances McDormand, atriz e produtora, também fez seus agradecimentos. “Assista ao nosso filme na maior tela que puderem. E voltem ao cinema para assistir juntinho de outras pessoas. Nós damos este filme para os lobos”, disse a atriz e produtora Frances McDormand, uivando.
Os outros indicados na categoria de melhor filme eram: Meu Pai, Judas e o Messias Negro, Minari, Mank, Bela Vingança, O Som do Silêncio e Os 7 de Chicago.
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MELHOR ATRIZ: Frances McDormand (Nomadland)
Frances McDormand levou o terceiro Oscar por Nomadland. “Eles não me perguntaram, mas se tivessem, eu teria dito karaokê, com todas essas vozes aqui. A minha voz é minha espada. A espada é nosso trabalho. E eu gosto de trabalhar”, disse a atriz, repetindo uma frase de sua personagem Fern.
As outras indicadas na categoria de melhor atriz eram: Viola Davis (A Voz Suprema do Blues), Andra Day (Estados Unidos vs Billie Holiday), Vanessa Kirby (Pieces of a Woman) e Carey Mulligan (Bela Vingança).
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MELHOR ATOR: Anthony Hopkins (Meu Pai)
Os outros indicados na categoria de melhor ator eram: Riz Ahmed (O Som do Silêncio), Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues), Gary Oldman (Mank) e Steven Yeun (Minari – Em Busca da Felicidade).
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MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Yuh-Jung Youn (Minari – Em Busca da Felicidade)
Yuh-Jung Youn, de Minari – Em Busca da Felicidade, ganhou o Oscar de atriz coadjuvante. “Sr. Brad Pitt, finalmente! Onde você estava quando a gente estava filmando?”, disse a atriz no discurso. Ela também fez brincadeira com a forma incorreta como todos nos EUA pronunciam seu nome. “Tudo bem, esta noite, todos estão perdoados.” Yuh-Jung Youn é a segunda asiática a vencer o Oscar de atriz coadjuvante. A outra foi a japonesa radicada nos EUA Miyoshi Umeki, por Sayonara, de 1957.
As outras indicadas na categoria de melhor atriz coadjuvante eram: Maria Bakalova (Borat: A Fita de Cinema Seguinte), Glenn Close (Era Uma Vez um Sonho), Olivia Colman (Meu Pai) e Amanda Seyfried (Mank).
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MELHOR ATOR COADJUVANTE: Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro)
Daniel Kaluuya era o favorito na categoria ator coadjuvante O ator, que é inglês, passou um tempo em Chicago para conhecer os ambientes frequentados por Fred Hampton, um dos líderes dos Panteras Negras, que ele interpreta em Judas e o Messias Negro. “Ouvir como as pessoas se sentem em relação a ele foi fundamental”, explicou o ator.
Os outros indicados na categoria de melhor ator coadjuvante eram: Sacha Boron Cohen (Os 7 de Chicago), Leslie Obom Jr. (Uma Noite em Miami), Lakeith Stanfield (Judas e o Messias Negro) e Paul Raci (O Som do Silêncio)
MELHOR DIREÇÃO: Chloé Zhao – Nomadland
Chloé Zhao levou a estatueta de melhor diretora. É apenas a segunda vez que esse prêmio vai para uma mulher – a primeira foi Kathryn Bigelow por Guerra ao Terror. Chloé era mesmo a favorita por seu Nomadland, uma crônica dos deserdados do sonho americano, uma Ficção com pegada documental que, além de reflexivo, é muito emocionante.
Chloé Zhao agradeceu a todos da equipe pela aventura e lembrou que, quando era criança, costumava fazer um jogo de memorizar poemas chineses. Um deles falava que as pessoas ao nascer são boas. “Às vezes pode parecer que não é verdade, mas eu sempre encontrei bondade nas pessoas. Dedico o prêmio para todos que têm a fé e a coragem de se manterem bons e enxergar a bondade nos outros.”
Os outros indicados na categoria de melhor direção eram: Lee Isaac Chung (Minari – Em Busca da Felicidade), Emerald Fennell (Bela Vingança), David Fincher (Mank) e Thomas Vinterberg (Druk – Mais uma Rodada).
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MELHOR FILME INTERNACIONAL: Druk – Mais uma Rodada (Dinamarca)
Druk – Mais uma Rodada é o quarto filme dinamarquês a ganhar o Oscar de filme internacional (antes chamado de produção em língua estrangeira). Thomas Vinterberg tinha começado a produção de Druk – Mais uma Rodada, quando sua filha Ida, de 19 anos, morreu num acidente de carro. “Druk me afastou da queda livre. Virou um propósito fazer para ela, honrando sua memória”, disse o diretor dinamarquês.
Os outros indicados na categoria de melhor filme internacional eram: Better Days (Hong Kong), Collective (Romênia), O Homem Que Vendeu a Sua Pele (Tunísia) e Quo Vadis, Aida? (Bósnia e Herzegovina).
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: Meu Pai
Christopher Hampton e Florian Zeller ganham o Oscar de roteiro adaptado por Meu Pai, baseado na peça de Zeller. “Eu escrevi o roteiro para o Anthony Hopkins, ele é o melhor ator vivo”, disse Zeller em seu discurso de agradecimento. “Achei que não era possível, porque sou francês, como vocês podem perceber pelo meu sotaque, e ele é o Sir Anthony Hopkins”. Um texto consistente, de fato, que honra a origem teatral.
Os outros indicados na categoria de melhor roteiro adaptado eram: Borat, Nomadland, Uma Noite em Miami e Tigre Branco.
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: Bela Vingança
Os outros indicados na categoria de melhor roteiro original eram: Judas e o Messias Negro, Minari – Em Busca da Felicidade, O Som do Silêncio e Os 7 de Chicago.
MELHOR FIGURINO: A Vos Suprema do Blues – Ann Roth
A Voz Suprema do Blues levou o Oscar de melhor figurino. Um luxo, de fato, num filme baseado em peça teatral , cuja história se passa em espaço fechado. Nesse caso, os detalhes são fundamentais para criar um ambiente de credibilidade do enredo e um bom figurino, se é obrigatório em quase qualquer obra, aqui é fundamental. Ann Roth, a vencedora do Oscar de figurino, é a mulher com mais idade a ganhar a estatueta, aos 89 anos.
Os outros indicados na categoria de melhor figurino eram: Emma – Alexandra Byrne, Mank – Trish Summerville, Mulan – Bina Daigeler e Pinóquio.
MELHOR TRILHA ORIGINAL: Soul (Trent Reznor, Atticus Ross e Jon Batiste)
Soul levou o Oscar de melhor trilha. Os autores são Trent Reznor e Atticus Ross (que também concorreram pela trilha de Mank) e Jon Batiste. “Este momento é o ponto de culminante de uma série de milagres”, disse Jon Batiste em seu agradecimento.
Os outros indicados na categoria de melhor trilha original eram: Destacamento Blood (Terence Blanchard), Mank (Trent Reznor, Atticus Ross), Minari – Em Busca da Felicidade (Emile Mosseri) e Relatos do Mundo (James Newton Howard).
MELHOR ANIMAÇÃO: Soul
O favorito Soul, de Pete Docter e Kemp Powers, ganhou o Oscar de animação. Pete Docter concorria pela quarta vez na categoria melhor animação, um recorde. Ele disputou e ganhou três vezes – por Up – Altas Aventuras, Divertidamente e agora Soul.
Os outros indicados na categoria de melhor animação eram: Wolfwalkers, Dois Irmãos, A Caminho da Lua e Shaun, o Carneiro: A Fazenda contra-ataca.
MELHOR CURTA: Two Distant Strangers
O Oscar de Melhor Curta foi para Two Distant Strangers, que aborda a violência policial nos Estados Unidos. “Hoje a polícia vai matar três pessoas. E amanhã. E depois de amanhã. E a maior parte dessas pessoas vai ser negra. Peço a vocês que não sejam indiferentes à nossa dor”, disse Travon Free, codiretor com Martin Desmond Roe.
Os outros indicados na categoria de melhor curta eram: Feeling Through, The Letter Room, The Present e White Eye.
MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO: Se Algo Acontecer… Te Amo
O Oscar de curta de animação foi para Se Algo Acontecer… Eu Te Amo, de Will McCormack e Michael Govier. “Dedicamos o filme a todos os que perderam pessoas queridas pela violência com armas de fogo. Nós precisamos ser melhores”, disse o diretor McCormack.
Os outros indicados na categoria de melhor curta de animação eram: Genius Loci, Yes People, Opera e Toca.
MELHOR DOCUMENTÁRIO: Professor Polvo
Professor Polvo, de Pippa Ehrlich e James Reed, ganhou o Oscar de documentário. Favorito, foi ganhando simpatia ao longo do tempo, com sua história de um mergulhador que faz amizade com um polvo fêmea. Lindas imagens do fundo do mar e antropoformização do mundo animal, atribuindo aos bichos qualidades humanas. Enfim, é um filme muito bonito e envolvente. Derrotou adversários poderosos, como Colletive, sobre uma tragédia na Romênia, e o chileno Agente Duplo, o mais criativo dos candidatos.
Os outros indicados na categoria de melhor documentário eram: Time, Crip Camp: Revolução pela Inclusão, Collective e The Mole Agent.
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MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM: Colette (Time Travel Unlimited)
Colette, de Anthony Giacchino, foi o vencedor do Oscar de curta documentário. Colette, que fez aniversário nesse domingo, lutou na Resistência Francesa e perdeu um irmão num campo de concentração. Giacchino é irmão do compositor Michael Giacchino.
Os outros indicados na categoria de melhor documentário em curta-metragem eram: A Concerto Is a Conversation (Breakwater Studios), Do Not Split (Field of Vision), Hunger Ward (MTV Documentary Films) e A Love Song for Latasha (Netflix).
MELHOR FOTOGRAFIA: Mank
Mank levou também o Oscar de fotografia. Uma bela fotografia em preto e branco, imitando a estética cinematográfica da época em que o filme se passa, início dos anos 1940. O filme conta os bastidores da escrita do roteiro do filme considerado o melhor de todos os tempos, Cidadão Kane. Puxa a sardinha para o roteirista Herman Mankiewicz, considerado injustiçado pela história do cinema. Um belo filme, que tem colecionado má vontade por onde tem passado.
Os outros indicados na categoria de melhor fotografia eram: Nomadland, Relatos do Mundo, Os 7 de Chicago e Judas e o Messias Negro.
MELHOR MONTAGEM: O Som do Silêncio
O prêmio de melhor montagem foi para O Som do Silêncio. A montagem garante o ritmo do filme e a maneira como as partes se conectam para formar o todo. É um trabalho de ourivesaria. E o filme é, de fato, uma pequena joia. Funciona com esse tema ingrato, o de um protagonista que perde a audição e precisa se reciclar, até como ser humano.
Os outros indicados na categoria de melhor montagem eram: Os 7 de Chicago, Meu Pai, Nomadland e Bela Vingança.
MELHOR CABELO E MAQUIAGEM: A Voz Suprema do Blues
Os outros indicados na categoria de melhor cabelo e maquiagem eram: Pinóquio, Mank, Era uma Vez um Sonho e Emma.
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL: Fight for You (Judas e o Messias Negro)
H.E.R. surpreendeu ao ganhar o Oscar de canção por Fight for You, de Judas e o Messias Negro. “Temos a oportunidade e a responsabilidade de falar a verdade e escrever a história como ela foi realmente”, disse H.E.R.
Os outros indicados na categoria de melhor canção original eram: Speak Now – Uma Noite em Miami, Io Si (Seen) – Rosa e Momo, Hear my Voice – Os 7 de Chicago, e Husavik – Eurovision Song Contest.
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO: Mank
Os outros indicados na categoria de melhor design de produção eram: Relatos do Mundo, Tenet, Meu Pai e A Voz Suprema do Blues.
MELHORES EFEITOS ESPECIAIS: Tenet
Lançado durante a pandemia da Covid-19, ‘Tenet’, novo filme de Christopher Nolan, levou o Oscar de efeitos especiais.
Os outros indicados na categoria de melhores efeitos especiais eram: O Céu da Meia-Noite, Love and Monsters, Mulan e O Grande Ivan.
MELHOR SOM: O Som do Silêncio
Da escuta para o silêncio e do silêncio para a escuta. É assim, de maneira geral, que os sons do filme O Som do Silêncio, de Darius Marder, disponível na Amazon Prime, se apresentam para o espectador. No Oscar, o ator Riz Ahmed anunciou o prêmio do próprio filme: som para O Som do Silêncio, interessante história do baterista de heavy metal que fica surdo e tem de se adaptar à nova situação. Parte da equipe de som de O Som do Silêncio é mexicana.
Os outros indicados na categoria de melhor som eram: Relatos do Mundo, Soul, Mank e Greyhound.
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