Na companhia do ministro Luís Roberto Barroso, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e do ministro Alexandre de Moraes (que será o presidente do TSE durante as eleições), o ministro Edson Fachin, agora presidente do TSE, revelou preocupações com a integridade do sistema eleitoral. Na ocasião, Fachin também associou o país Rússia à hipótese de possível invasor e hospedeiro de hackers. Essa declaração ocorreu no momento em que o presidente Bolsonaro era recebido pelo presidente Putin, da Rússia.
Coordenadas pelos corpos diplomáticos, as visitas internacionais – de presidentes, em especial – são marcadas com muita antecedência e rigor, tanto por razões de segurança quanto de agenda. A Rússia é um importante parceiro comercial. E provável apoiador à entrada brasileira no Conselho de Segurança da ONU. Ou seja, é lastimável que um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), uma autoridade de Estado, venha a fazer intriga internacional.
Há uma atenuante ao grave erro de Fachin. De fato, a imprensa internacional tem noticiado a hipótese de “ataques” político-eleitorais originários da Rússia, que teriam ocorrido nos Estados Unidos, na Alemanha e no Reino Unido (caso Brexit). Mas não há provas de que seria uma ação de Estado. Todavia, tanto em relação às urnas quanto à citação da Rússia, mas sobretudo pela coincidência dessas declarações com a estada de Bolsonaro na Rússia, o que sugerem e pretendem os ministros do TSE?
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Como interpretar o porquê dessa manifestação que enseja reflexões eleitorais e acirra ânimos? Teriam combinado algo previamente? Seria um planejado ato defensivo ou ofensivo? Com que fins? Seria em defesa de futuros ataques de hackers? Em defesa contra ações de sabotagem de bolsonaristas (com apoio russo?), como imaginam possível os opositores do presidente? Ou seria uma defesa antecipada contra uma reação bolsonarista a possíveis manipulações pró-oposição, pró-Lula em especial, como desconfiam os bolsonaristas?
São hipóteses. Afinal, ato falho ou não, estratégico ou não, Fachin admitiu, ainda que indiretamente, o temor pelos hackers e a fragilidade do sistema eleitoral. Até então insistentemente negada.
Última notícia. No dia 19 de fevereiro, o ministro Barroso foi palestrante inaugural em um evento na Universidade do Texas (EUA), cujo tema foi, em tradução livre, “Como se livrar de um presidente”. Irônica coincidência. A exemplo dos originais três tenores, também os nossos três tenores eleitorais se revelam muito articulados e afinados. Ópera bufa ou não, até o momento, as “músicas e letras” guardam perfeita sintonia.
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